Quem for hoje (19), às 19h, ao Cineclube Goitacá, que está localizado na sala 507, do edifício Medical Center, na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, no centro da cidade, assistirá o filme “Blade Runner” (1982), do diretor Ridley Scott, que será apresentado pelo estudante e cinéfilo Lucas Rodrigues.

Sobre a disposição de exibir este filme, Lucas destacou que “‘Blade Runner’ é um filme muito importante para mim e me sentia na obrigação de apresentá-lo em algum momento. Outro ponto é o futuro apresentado para o ano de 2019 no filme, que apesar de diferente do nosso presente, fala muito sobre nós atualmente.” Acredita também que proporcionará um bom debate após a sua exibição. Registre-se que o acesso ao Cineclube Goitacá é gratuito.

Após elogiar as qualidades do filme, observou que “é difícil destacar apenas uma coisa de um filme como ‘Blade Runner’, mas acredito que a interpretação de Rutger Hauer é uma das melhores coisas do filme”. Sobre a trajetória do diretor Ridley Scott, assinalou que “Blade Runner” foi o terceiro filme do diretor, sendo o primeiro dele com uma equipe americana, que acabou gerando inúmeros problemas de produção. “Até aquele momento seu maior sucesso tinha sido o filme “Allien” que já apostava em algo mais atmosférico voltado para o lado da ficção científica”, acrescentou.

Ainda sobre a concepção de Ridley Scott, Lucas disse que “não é errado afirmar que ‘Blade Runner’ é o principal marco do gênero cyberpunk, gênero que vinha sido muito explorado por autores e diretores nos últimos anos. Sendo assim, ‘Blade Runner’ se manteve presente como fonte de inspiração para filmes como ‘Matrix’, ‘Ghost in the Shell’, e mais recentemente sua sequência ‘Blade Runner 2049’ e a série ‘Altered Carbon’”.

Baseado no romance de ficção científica “Do Androids Dream of Eletric Sheep”, escrito por Philip K. Dick e publicado em 1968, o filme passa-se em Los Angeles, em 2019, e acompanha o polícia/caçador de andróides (os chamados blade runners) Rick Deckard, numa investigação com o objetivo de caçar quatro replicantes — seres humanos criados artificialmente que passam despercebidos —, depois de estes roubarem uma nave espacial e voltarem à Terra para conhecer o seu criador.

O filme foi apenas o terceiro longa-metragem de Ridley Scott, que até então havia apenas realizado “The Duellists” (1977), e “Allien”, (1979). Sendo assim, desde o princípio que o cineasta se tornou num dos maiores especialistas em ficção científica e um dos grandes responsáveis pela qualidade que o mesmo gênero nos oferece nos dias de hoje. “Blade Runner” é um filme de ficção científica na sua essência, mas mostrou, ainda no início da década de 80, como era simples um filme ter a capacidade de abordar vários gêneros ou narrativas. É um dos melhores exemplos da neo-noir sci-fi, que mais tarde inspiraria filmes como “The Terminator”.

De acordo com a crítica, “Blade Runner” é hoje considerado um dos filmes mais importantes e influentes do gênero, mas também um dos melhores filmes feitos. Trata-se de uma experiência transcendental e existencialista, de uma obra de arte riquíssima em todos os aspectos possíveis e avaliáveis. Ridley Scott é responsável pelas inúmeras referências que, mais tarde, serviriam de inspiração para obras igualmente ricas, por exemplo, a série de anime “Ghost in the Shell”, que lida com temas semelhantes.