O médico Adilson Sarmet, fundador do movimento Muda Campos e vice-prefeito na primeira gestão de Anthony Garotinho, foi o convidado da primeira edição do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, desta terça-feira (21). Ele analisou o cenário político local e nacional, com mudanças de paradigmas, recordando os frutos do Muda Campos e a reação da população campista, já insatisfeita com o “marasmo”, ao surgimento do novo grupo político. “O Muda Campos estava na alma do povo onde você fosse: no botequim, no armazém da esquina, no ônibus. A insatisfação com o modelo de governo que existia estava estabelecida. Existia um marasmo e houve mudança porque parte da população participou. É indubitável que ocorreu essa mudança”, aponta. Durante o bate-papo, o entrevistado também falou sobre a área da Saúde.

Indagado sobre as modificações proporcionadas pelo movimento Muda Campos, Adilson afirmou que “não há dúvidas de que houve mudanças com o primeiro mandato de Garotinho, porque uma parte da sociedade se envolveu nesse projeto”. “Garotinho tem seus defeitos, mas tem seus méritos. Ele sabia mexer nas feridas da população, e assim o fez”, complementou.

Quanto à saúde pública do município, Adilson disse que houve avanços, mas acredita que estes não sejam duradouros. “A Educação está como está, a Saúde também. No entanto, a Saúde não é um fracasso em Campos. Se observarmos, o país inteiro tem problemas. Nós temos muita coisa boa em termos de saúde pública, como o Hospital Ferreira Machado, mas muito mais coisas, até pequenas, poderiam ter sido feitas”, ressaltou.

A inauguração da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) São José, apontada pelo médico como “história antiga”, também foi debatida no programa. Ele declarou que espera que o hospital venha a “cumprir o seu papel, que é servir a uma comunidade enorme que depende disso”.

— Se não respeitarmos a Baixada, ela vai querer se separar de Campos. Temos que oferecer a ela não por medo de perder, mas por respeito. Eu não sou político profissional, mas tenho ela (política) na alma desde criança. Acho que governo técnico não é positivo. O técnico tem que fornecer ao político um meio para um projeto — disse, em alusão à gestão de Rafael Diniz, destacando que “nosso prefeito é novo, não só na idade. Tem pouco tempo de mandato. Tem que avançar e renovar a cidade. Cidade bonita é cidade limpa, humanizada, onde as pessoas se respeitem e tenham a segurança que o poder público deve contemplá-las”.

No dia 6 de abril, na falta de um plantonista na UPH de Farol, o secretário de Saúde, Abdu Neme, assumiu o plantão de um médico do HFM para enviá-lo à unidade da praia campista. O episódio foi lembrado durante o programa e comentado por Adilson:

— Acho que ele é uma figura doce, uma pessoa muito interessante, um amigo, apesar de todas as divergências. Acho que ele é qualificado para ajudar. Essa de assumir o plantão, ele aprendeu com Garotinho. Isso é sinal que ele pode aprender com Rafael ainda.