Incentivo para pesquisas vetado em Macaé
17/05/2019 20:33 - Atualizado em 27/05/2019 12:31
Em um momento em que o corte de 30% da verba para as universidades públicas federais tem levado milhares de pessoas às ruas do país em protestos, a Câmara de Macaé pautou o projeto de lei do vereador Marcel Silvano (PT) para que o município destine 2% da receita proveniente dos recursos dos royalties do petróleo para o financiamento de pesquisas científicas na cidade. A iniciativa era garantir que, anualmente, R$ 10 milhões fossem destinados ao setor. No entanto, os parlamentares da base do governo do prefeito Dr. Aluízio (sem partido) derrubaram o projeto por sete votos a quatro.
Segundo o autor do projeto, o objetivo da emenda era dar continuidade às pesquisas científicas locais após o corte das verbas federais. Em Macaé existem polos do Instituto Federal Fluminense (IFF) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Quando o prefeito orienta a sua bancada a votar contra um projeto desse, deixa claro que está alinhado com a política do governo Bolsonaro de ataque à Educação e às universidades públicas”, lamentou Silvano.
O parlamentar também ressaltou a incoerência do governo municipal que iniciou um projeto de financiamento de startups, mas não quer que uma pequena porcentagem dos royalties seja destinada ao desenvolvimento da ciência e tecnologia. “Em Macaé, são realizadas pesquisas científicas importantíssimas como a que estuda uma cura para o Mal de Parkinsson, por exemplo. É contra isso que a maioria dos vereadores votaram hoje”, esclareceu Marcel.
Alguns dos parlamentares da bancada governista justificaram o voto contrário. Márcio Barcelos (MDB) alegou uma possível inconstitucionalidade no projeto. Já Cristiano Gelinho (PTC) disse não ter sido convencido sobre a proposta e pediu respeito ao seu posicionamento. “Não me envergonho do meu voto. Quero ser respeitado, pois votei com consciência”, disse. (A.N.) (A.S.)

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