Desafeta de Garotinho no partido de Rosinha
Aldir Sales 16/05/2019 20:55 - Atualizado em 27/05/2019 12:31
Desafeta do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido), Eliane Cunha será presidente regional do Patriotas, partido de Rosinha Garotinho. A legenda foi uma das que não atingiu a cláusula de barreira na última eleição e se fundiu com o Partido Republicano Progressista (PRP) para continuar com direito ao dinheiro do fundo partido e tempo de propaganda na televisão.
Eliane também era presidente do diretório regional do PRP, partido pelo qual Garotinho tentou disputar a eleição para governador em 2018, antes de ser barrado pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. Também foi pela legenda que o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) e o deputado estadual Bruno Dauaire (PSC) se elegeram no ano passado. Porém, os três deixaram o partido por causa de desavenças públicas com Eliane.
Em Campos, o PRP possui três vereadores: Josiane Morumbi, Jorginho Virgílio e Silvinho Martins. O trio avalia se continua ou não na legenda, mas confirmaram que receberam convites de outros partidos para a disputa do ano que vem.
O então vice-presidente do PRP, Dermeval Casimiro, chegou a dizer à Folha da Manhã no início de março, que o partido abrigou o ex-governador quando ele estava “fedendo a peixe podre”.
— Nós, do PRP, demos a ele (Garotinho) dignidade. Garotinho estava ancorado, fedendo a peixe podre. Fomos mais um partido que acreditou no Garotinho. Não precisa nem explicar como estava a situação política do Garotinho. E nós acreditamos que, diante de tudo que ele enfrentou, tudo o que passou, ficou preso um bom tempo, a família dele. Tenho pena de dona Rosinha, que passou o que passou por causa dele. Mas, pensamos que, depois de ficar atrás das grades, ele teria saído de lá transformado. (...) Só que ele fez tudo ao contrário. Garotinho é um gafanhoto-escorpião.
Em resposta, o ex-governador expôs os problemas com Eliane Cunha. “O partido acabou no ponto de vista prático. Ele está até cometendo crime ao falar em nome de um partido que não existe mais. Quem me ligou, insistindo muito para eu ficar, foi o presidente nacional do Patriotas, Adilson Barroso. Mas eu falei que não tinha a menor condição, por tudo que ocorreu durante a campanha, as inúmeras trapalhadas que a presidente Eliane Cunha fez, então eu prefiro aguardar. Ele me propôs até me entregar a presidência do partido, o que eu quisesse. Mas eu falei, não, não vou ficar. O que ela fez, com duas pessoas que eu tenho maior respeito, são posições indignas. Com a Clarissa, o Pros ia coligar com o partido, na proporcional, estava tudo certo. Chegou na hora ela disse que não faria a coligação”.
Tanto Wladimir quanto Bruno deixaram o PRP fora da janela partidária sob alegação de que a legenda não existe mais por não ter alcançado a cláusula de barreira. O deputado federal migrou para o PSD, enquanto Dauaire se filiou ao PSC e se tornou líder do partido do governador Wilson Witzel na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Já Garotinho segue sem partido. 

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