Fernando da Silveira e Rafael Crespo Machado no Folha no Ar
Professores e advogados, Fernando da Silveira e Rafael Crespo Machado foram os convidados da primeira edição do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, desta terça-feira (7). Os entrevistados comentaram sobre a programação do 3º Congresso Jurídico, no Centro Universitário Fluminense (Uniflu), que acontece desta terça até sexta-feira (9) e será encerrado com uma homenagem aos 90 anos de Fernando da Silva, que recordou passagens de sua trajetória pessoal e profissional. A primeira edição do Folha no Ar desta quarta-feira (8) receberá a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima. O programa vai ao ar das 7h às 8h45.
Um dos organizadores do Congresso, Rafael Crespo explicou que o evento é gratuito e não requer inscrição prévia. “Para participar, basta a pessoa comparecer à antiga Faculdade de Direito de Campos, se acomodar em nosso auditório e assistir às palestras pelas quais elas têm interesse”, reforçou Rafael.
A abertura do evento aconteceu na manhã desta terça, no auditório do Uniflu, com palestras do juiz Eron Simas (juiz da 1ª Vara Cível de Campos) e Cristiano Miller (presidente da OAB/Campos) sobre os três anos de vigência do novo Código de Processo Civil. As atividades são realizadas sempre na parte da manhã, às 10h15, e à noite, a partir das 19h30.
O encerramento será a homenagem ao professor Fernando da Silveira. Prestes a completar 90 anos, o advogado, jornalista e professor, cujo aniversário será no próximo dia 26, recordou, no programa, momentos das trajetórias pessoal e profissional. Citando o jornalista Hervé Salgado Rodrigues, Fernando contou que o segredo é “gostar de gente”. “Nisso, João Evangelista tem muita razão quando diz: ‘Aquele que não ama o próximo que vê, como poderá amar a Deus, que não vê?’”, disse.
Nascido em Campos, o professor saiu da cidade e foi para o Rio de Janeiro em 1949. Ele trabalhava no jornal Monitor Campista e passou a atuar em O Radical. Um ano depois, Fernando serviu ao Exército e, em 1951, foi para o Diário Carioca. Ele se recordou de uma passagem pela redação do jornal.
— Cobri uma greve dos marítimos, no Diário Carioca, em 1953, e vi que os grevistas tinham razão. E meu amigo Luiz Paulistano, o homem que trouxe o sublead para o Brasil, disse que eu estava atendendo àquela gente e que não podia, e eu acabei confirmando que eles realmente estavam sendo prejudicados. Fiquei com pena dos marítimos, mas tive que mudar a história no final, para não perder meu emprego.
Com relação à Ditadura Militar, que durou de 1964 a 1985, o professor explica que, na visão dele, nem mesmo as maiorias dos componentes das Forças Armadas eram a favor da tortura. “Eu escrevi um conto e denunciei a tortura, que é algo abominável. Acredito que mesmo os componentes, em sua maioria, abominavam a tortura”.
Programação — Na noite desta terça, será realizado um debate, com o promotor Marcelo Lessa e com o juiz Paulo Maurício Simão Filho, sobre o pacote anticrime, um projeto de lei apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Nesta quarta-feira, às 10h15, palestra do promotor de Justiça Luiz Claudio Carvalho Almeida sobre a Curatela a partir da Lei Brasileira de Inclusão. Em seguida, o também promotor Victor Queiroz falará sobre Justiça Itinerante e Cidadania: as experiências em Campos dos Goytacazes.
Ainda na quarta, às 19h30, haverá a realização de um debate sobre o tema Redes Sociais em Foco, com as participações do jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa, do professor universitário Igor Franco e da doutora em Sociologia Política Sana Gimenez, com mediação do jornalista Ricardo André Vasconcelos. Na quinta-feira (9), às 10h30, Rafael Crespo fará uma análise da Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Às 20h, palestras do vice-presidente da OAB/Campos, Christiano Fagundes, e a advogada Léa Paiva sobre reflexos da Reforma Trabalhista para o empregado doméstico.
Confira a entrevista: