"Joaquim" recebe aplausos da plateia
Celso Cordeiro Filho 23/05/2019 18:51 - Atualizado em 06/06/2019 13:55
Durante a apresentação do filme “Joaquim” (2017), de Marcelo Gomes, na quarta-feira (22), no Cineclube Goitacá, o publicitário e crítico de cinema destacou a importância de se exibir produções brasileiras uma vez que ainda sofrem preconceito por parte de grande parte dos espectadores. “Sempre que posso, especialmente em espaços como o Cineclube Goitacá, exibo uma produção nossa. Aliás, do mesmo diretor, já apresentei aqui seu primeiro longa: “Cinema, aspirinas e urubus”, afirmou. Sobre o filme, Felipe disse que um fator preponderante é o olhar sobre o personagem histórico (Tiradentres), mas antes de se tornar um inconfidente.
“É a formação de sua consciência política, mas não é uma construção formada sobre ideais, mas sim sobre o sofrimento, a ganância e a corrupção. É a desconstrução do heroísmo atrelada ao mártir. É um retrato do Brasil colônia, sem glamorização. O filme é muito cru, mostra um país em situação degradante, de total exploração”, salientou.
Lembrou, ainda, que Marcelo Gomes faz parte de uma geração de cineastas pernambucanos, que surgiu no início dos anos 2000, e eles são responsáveis por alguns dos melhores filmes nacionais desse tempo. “Descobriu o cinema através de um cineclube que frequentava no Recife. Realizou curtas premiados e seu primeiro longa ‘Cinema, aspirinas e urubus’ foi selecionado para uma das mostras do Festival de Cannes. Realizou outros longas e seu último trabalho é “Joaquim”, filme de 2017, que participou da competição ao Leão de Ouro no Festival de Berlim”, destacou.
Felipe acha extremamente importante a exibição de filmes brasileiros nos espaços públicos. “Existe um preconceito com nosso cinema que atravessa gerações. Antes se falava que o cinema nacional era só pornografia. Depois a desculpa passou para o excesso de violência. Hoje se crítica muito o nível de nossas comédias. Todos esses pontos que apontei, tem algum fundamento, mas os que costumam criticar o cinema nacional, também não têm o hábito de assistir”, acrescentou.

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