Um dos poucos prefeitos da região a se reeleger em 2016, Dr. Aluízio (sem partido) enfrenta um segundo mandato em Macaé marcado por polêmicas e contestações da oposição. No entanto, a aproximadamente um ano e meio da próxima eleição municipal, os movimentos nos bastidores da política macaense já começou para a sucessão na Prefeitura. Pelo menos seis nomes já despontam como possíveis candidatos nas urnas no ano que vem.
Uma das grandes dúvidas na política de Macaé é sobre qual será o nome abraçado por Dr. Aluízio na próxima campanha. Eleito em 2012 pelo PV, o prefeito se mudou para o PMDB (atual MDB) no auge dos governos Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. No entanto, com o desgaste do partido - do qual foi presidente do diretório municipal - no âmbito estadual, com sucessivos escândalos de corrupção e a prisão da cúpula da legenda, Dr. Aluízio abandonou o barco emedebista no ano passado. Desde então, os próximos passos políticos do chefe do Executivo passou a ser ainda mais uma icógnata.
De centro-moderado do Partido Verde, passando pelo MDB, Dr. Aluízio foi eleito em 2012 com apoio do PT, mas na última eleição (já sem partido) o médico resolveu mudar radicalmente de posição e apoiou a candidatura vencedora do delegado da Polícia Federal Felício Laterça, do PSL do presidente Jair Bolsonaro, para deputado federal. A direção estadual da legenda já disse que pretende concorrer às principais prefeituras do Estado em 2020 e, com orçamento de R$ 2,2 bilhões, é natural que Macaé esteja nos planos. Mais natural ainda é que o nome de Laterça, que atuou na PF local e foi o mais votado no município em 2018, seja o preferido do PSL.
Só que nos bastidores, o desgaste do início de governo Bolsonaro e o fato do policial federal ter nascido em Campos e não em Macaé são fatores que tem pesado contra Laterça. “É pesado. Sempre que se falam no nome dele, não consegue decolar”, disse uma fonte. No entanto, mesmo sem o apoio do prefeito, uma possível candidatura de Felício não é descartada, já que pode ser usada como um marco de posição do PSL na cidade.
Porém, a solução para Dr. Aluízio pode vir da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Mesmo com menos da metade da população de Campos, Macaé elegeu apenas um deputado estadual a menos no ano passado - dois, no total. Vereador eleito em 2016, Welberth Rezende (PPS) chegou à Alerj com 31.725 votos em 2018 (18.998 deles apenas em Macaé). Do mesmo partido do presidente do Legislativo macaense (Eduardo Cardozo), Welberth também é apontado como possível candidato do grupo governista. Com o peso da máquina e o recente resultado político, Rezende também agrega boas relações com colegas de oposição, o que o cacifa para o posto.
Oposição se movimenta nos bastidores
A oposição também tem se movimentado em Macaé e alguns dos possíveis candidatos aventados até o momento vêm dos mais variados setores.
Colega de Welberth na Alerj, o ex-presidente da Câmara macaense, Chico Machado (PSD), deve concorrer novamente à Prefeitura. Em 2016, contra um Dr. Aluízio ainda com alta popularidade, o parlamentar recebeu apenas 25,3% dos votos e não se elegeu. Em 2018, conseguiu um mandato como deputado estadual com 30.067 votos.
Líder da bancada de oposição na Câmara Municipal, Maxwell Vaz (SD) é outro que desponta como possível candidato. O próprio vereador já colocou seu nome no páreo.
Com baixa representatividade na região, o PSDB também tenta se reiventar em Macaé. O nome é novo, mas o sobrenome conhecido dos eleitores. Silvinho Lopes, filho do ex-prefeito Silvio Lopes e irmão do ex-deputado estadual Glauco Lopes é a bola da vez dos tucanos.
Já na esquerda, o ex-vereador Igor Sardinha (PT) afirmou no Twitter que o partido terá candidatura própria. Ele mesmo também é cotado para concorrer ao pleito.
Bate boca nas redes sociais com vereador
A mais recente polêmica de Dr. Aluízio envolve o vereador oposicionista Marcel Silvano (PT), com quem lavou roupa suja nas redes sociais após polêmica sobre possíveis nomeações de parentes do parlamentar no governo.
O estopim da confusão aconteceu na sessão da última semana, quando o vereador governista Márcio Bittencourt (MDB) usou a tribuna para acusar Silvano de ter ligações com a nomeação do secretário de Ciência e Tecnologia. Na sequência, o petista disparou: “Vereador Márcio financiando gente que não presta e que usa rede social para falar mentira e bobagens. A sua postura é vergonhosa e a cada dia piora. É por isso que as pessoas vêm para cá e não acreditam na gente, por causa de pessoas como você que diz mentiras”.
Marcel foi eleito em 2012 na base de apoio de Dr. Aluízio e diz que não indicou nenhum secretário. “(...) Aceitou assumir o mesmo nível da turma. Uma pena. Imagine um prefeito cometendo ilegalidades em nomeações de servidores. Quem nomeia é ele, né? Como está o caso em que virou réu? Nada a ver comigo, né?”, questionou o vereador.
Na sequência, o prefeito usou a rede social para partir ao ataque. “Não tô falando em ilegalidades. Tô falando que quando sua esposa e irmão estavam nomeados o governo era bom. Como não estão nomeados, o governo é ruim. Estavam ou não nomeados?”.Marcel ainda desafiou: “Quero a lista completa! Bora lá”, mas não obteve resposta.