E 2020 é logo ali em Campos
Aldir Sales 06/04/2019 16:47 - Atualizado em 15/04/2019 20:17
A cada dois anos, um dos chavões mais clássicos dos períodos eleitorais renasce. Sim, o assunto é o “tabuleiro político”. Estamos ainda em abril de 2019, porém, a mais de um ano da corrida pela Prefeitura de Campos, os bastidores andam movimentados e a última semana foi repleta de movimentos de algumas das principais peças colocadas à mesa. Depois da entrevista do prefeito Rafael Diniz (PPS) na inauguração da rádio Folha FM, na quinta-feira (28 de março), quem falou, na última semana, no microfone do programa Folha no Ar e nas páginas da Folha da Manhã foi o deputado federal e possível candidato do grupo garotista, Wladimir Garotinho (PSD). No entanto, a reação de eventuais forças que tentam evitar a polarização do pleito entre Wladimir e Rafael foi imediata.
Apesar de ser apontado como principal força emergente no grupo do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido), Wladimir afirmou, na última sexta-feira, na Folha FM, que o primeiro nome da família para a disputa em 2020 é o da mãe, a ex-prefeita Rosinha Garotinho (Patri).
— Se conseguirmos reverter a situação dela (na Justiça), a candidata será Rosinha, que fique claro para todos. Se puder, o nosso grupo vai unir todas nossas forças. E acho que ela ganha no primeiro turno — afirmou o parlamentar.
Em entrevista à Folha, na edição do último domingo (31), Wladimir disparou contra possíveis adversários em 2020, mas a reação foi imediata no dia seguinte.
— Reafirmo o que disse: O pai e a mãe dele acabaram com a cidade, quando fizeram a ‘venda do futuro’. E se ele for eleito prefeito (de Campos), vai fazer o mesmo. (...) Me vejo na obrigação de ser candidato a prefeito em 2020, pelo que a gente vê em Campos. Terei o apoio do PSL e, tenho certeza, do governador Wilson Witzel (PSC) — disparou o líder do PSL na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Gil Vianna depois que Wladimir acusou ele e Rodrigo Bacellar (SD) de integrarem o grupo governista em Campos.
Já o secretário municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Marcão Gomes, cutucou o ex-governador ao comentar. “Lendo a entrevista de Wladimir, recordei do ditado popular ‘filho de peixe, peixinho é’. Ele afirma que a dívida deixada pelos seus pais é uma mentira. Ele está igual ao pai, acreditando nas próprias mentiras”.
Novo secretário de Saúde de Campos, após ter sido aliado e médico particular de Garotinho, Abdu Neme (PR) também respondeu as afirmações de Wladimir. Na entrevista à Folha, o deputado afirmou que a inauguração do novo Hospital São José e a instalação do prontuário eletrônico “não são novidades”:
— Wladimir não tem noção do que é prontuário eletrônico, nem sabe o que é isso. Ou, vai ver, eu não entendo de saúde pública como ele. O Hospital São José estava pronto? Então, como a Folha perguntou e ele não soube responder, por que eles não inauguraram? — questionou.
Entrevistado de quarta no Folha no Ar, o presidente da Câmara de Campos, Fred Machado (PPS) voltou ao concordar com a análise do ex-deputado Paulo Feijó, de que uma das causas de Marcão Gomes (PR) não conseguir se eleger à Câmara Federal, em outubro, foi o apoio dado por vereadores governistas a outros candidatos. E que isso teria que ser sanado na base, em busca da reeleição de Rafael em 2020. Falando firme, sem falar grosso, o presidente da Câmara Municipal advertiu: “Estou de olho neles (…) pode estar certo que estão mapeados para o prefeito aqueles que vão costear o alambrado”. Alguns vereadores da situação, mas nem tanto, ficaram de orelha em pé.
Do silêncio até aniversário com forças políticas
Após as declarações de Wladimir no último domingo, a prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PP), e Rodrigo Bacellar foram os únicos criticados pelo deputado que preferiram manter o silêncio. Na quinta-feira, Bacellar e os colegas de Alerj Gil Vianna e João Peixoto (DC) tiraram uma foto juntos e publicaram em suas respectivas redes sociais.
A ação foi considerada um tubo de ensaio a um possível bloco de olho na disputa pela Prefeitura de Campos, que ainda reuniria Caio Vianna (PDT). No entanto, o grupo pode ter uma baixa, já que Peixoto tem conversado com o prefeito Rafael Diniz (PPS).
Novamente, o filho do ex-vereador Marcos Bacellar (PDT) foi o único a não comentar sobre o assunto no dia seguinte quando questionado pela Folha.
No entanto, na sexta-feira fez uma festa pelo seu aniversário na sede campestre do Sindicato dos Bancários, onde recebeu, entre outras personalidades do mundo político, o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), nove deputados estaduais (incluindo Peixoto e Gil), cinco prefeitos de cidades da região, além de vereadores de Campos e outros municípios vizinhos.
Questionado se o encontro teria a ver com articulações para a disputa no ano que vem, Bacellar desconversou: “Só mesmo para comemorar”.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS