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O secretário estadual de Agricultura, Eduardo Lopes, esteve na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos, nesta quarta-feira (3), com o objetivo de assinar um convênio de cooperação técnica, que pretende aumentar a capacidade no atendimento ao produtor rural da região. Durante à tarde, ele se reuniu com produtores rurais, políticos e representantes de órgãos relacionados à agropecuária, no Centro de Convenções. Pela manhã, ele também esteve com o reitor da Uenf, Luis Passoni, pró-reitores e diretores, que destacaram os projetos de pesquisa desenvolvidos e visitou as instalações da universidade.

O secretário ressaltou que a sua vinda foi planejada há 15 dias, quando Luis Passoni esteve reunido com ele no Rio de Janeiro. Na ocasião, foi discutida a assinatura de um convênio de cooperação técnica.

“Trata-se de um acordo de cooperação. A Uenf atua especificamente nas pesquisas para a região Norte e Noroeste do estado, desenvolvendo produtos que se adaptam a região, ao clima e toda a sua diversidade. Mas, a universidade tem uma limitação no seu corpo docente, em relação a tanta demanda. A cooperação técnica entra exatamente com isso. Nós temos na secretaria a Emater, Pesagro, Fiperj e, com esse convênio, podemos colocar os nossos técnicos ligados ao corpo docente para atender mais ao produtor. A gente tem tido os olhos voltados de uma forma muito especial ao pequeno produtor, já que 70% da produção do Estado vem do pequeno produtor e da agricultura familiar”, disse.

O pequeno produtor de leite de Morro do Coco, Silvio Paes, de 58 anos, esteve no encontro e pediu apoio do representante do Estado para a colocação de máquinas para o transporte da produção. “Sou nascido e criado em Morro do Coco e sobrevivo da terra. O tempo tem sido favorável para o produtor rural em diferentes segmentos. Sou produtor de leite e toda a minha produção é comercializada na localidade. Vim aqui juntamente com o representante dos moradores para saber as propostas dos governantes. Entre as principais necessidades está o auxílio de máquinas para aumentar a nossa produção”, disse.

Eduardo Lopes afirmou que apresentou uma planilha de custo ao governador e tenta buscar recurso suplementar para secretaria de R$ 6 milhões, só para manutenção dos equipamentos. Ele frisou que a meta de governo é fazer com que a agropecuária ou agronegócio tenha uma participação maior no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.

“Eu não sou produtor agrícola, como secretário de estado sou produtor de resultado e soluções. Temos no Estado do Rio de Janeiro, máquinas seminovas paradas no pátio da Emater em Italva, que temos que colocar para trabalhar. Precisamos resolver a questão das estradas da produção, do Programa Rio Rural, que foi encerrado em dezembro. Ainda dentro dos paradoxos do Rio de Janeiro, 70% da produção vem do pequeno produtor por meio da Agricultura Familiar. Por outro lado, nós produzimos 30% e importamos 70% do que consumimos, em legumes, frutas e verduras, para São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. No leite, pior ainda, produzimos 25% e importamos 75%. Produzimos R$ 500 milhões de litros de leite e consumimos R$ 2 bilhões, por ano. Essa relação tem que mudar”, disse.

Passoni destacou que o encontro foi uma oportunidade de estreitar a relação da universidade junto à secretaria e municípios da região, podendo os resultados das pesquisas desenvolvidas na instituição serem aplicados ao produtor e útil à sociedade.

Participaram da mesa o presidente da Câmara Municipal de Campos, representando o município, Fred Machado; secretário executivo do consórcio intermunicipal de desenvolvimento no Norte e Noroeste Fluminense, Vinicius Viana; secretário de Agricultura de São João da Barra, Osvaldo Barreto; prefeito de Cardoso Moreira, Gilson Siqueira; reitor da Uenf, Luis Passoni; secretário estadual de Agricultura, Eduardo Lopes; presidente da Emater, Sérgio Lemberg; presidente da Pesagro-Rio, Nilton Rocha Leal; presidente da Coagro, Frederico Paes e o subsecretário de Agricultura Familiar, Adriano Lopes.

O superintendente municipal de Agricultura e Pecuária, Nildo Cardoso, demonstrou apoio ao estudo de mudança da classificação climática do Norte e Noroeste Fluminense para semiárido, que facilitaria linhas de crédito aos produtores rurais dos 22 municípios das duas regiões. O assunto foi debatido durante reunião, na última terça-feira (2), entre a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina (DEM/MS) e o presidente da Coagro, Frederico Paes; e da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa; ao lado do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) e do jornalista Sérgio Cunha, diretor de Comunicação da Fatore e organizador do RioAgro Coop. A ministra foi convidada para o evento, dia 17 de maio em Campos, na sede da Coagro em Sapucaia, que marcará a abertura da safra 2019/2020 de cana, com a presença do governador Wilson Witzel (PSC).

Segundo o secretário estadual de Agricultura, Eduardo Lopes, a medida tende a fomentar uma política diferenciada para alavancar a produção de cana de açúcar, que apresentou queda nos últimos anos.

“Tomei conhecimento de que, neste ano, vão operar apenas duas usinas em Campos, já que a Usina Sapucaia está arrendando toda a produção que seria feita em Paraíso e será feita na Coagro. É triste porque quando se fala em Campos, é cana, açúcar e álcool. Tenho informações da Coagro que a produção na usina está 30% do que era. No campo também está em torno de 30%. Hoje, a média que está se colhendo 30 toneladas por hectare, é uma produção baixíssima. Sem a melhor técnica de irrigação não se consegue alcançar uma produtividade desejada.

Presidente da Coagro, Frederico Paes ressaltou a importância da cana de açúcar para a região. "Hoje a economia do Norte e Nordeste Fluminense boa parte está ligada à cana de açúcar. Não são poucos os pleitos específicos envolvendo o nosso setor. Dependemos de estradas para escoar nossa produção e de apoio para financiamento em bancos públicos".

O secretário estadual de Agricultura chegou à universidade por volta das 10h e se reuniu com o corpo docente da instituição. A pró-reitora de pesquisa e graduação da Uenf, Rosana Rodrigues fez uma apresentação da Uenf, que é a 15ª melhor do país e a 2ª melhor do estado do Rio de Janeiro, segundo o Ministério da Educação (MEC). A Uenf também ocupa a 8ª colocação no número de bolsistas e produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Dos cerca de 300 professores, 68 são bolsistas. Ela destacou ainda que a universidade pode ser uma grande parceira da secretaria estadual de agricultura.

Rosana ressaltou a contribuição que a Uenf vem dando à área agrícola, como é o caso das cultivares adaptadas a região como mamão, feijão, milho, pimentão, pimenta, abóbora, entre outras. A pró-reitora, Ana Bárbara Gondinho, disse que, atualmente, 128 projetos de extensão estão em desenvolvimento na Uenf, que tem como objetivo aproximar a universidade da comunidade.

Após a reunião, ele visitou vários laboratórios do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias, como, por exemplo, o Laboratório de Melhoramento Genético e Vegetal finalizando com a visita ao Hospital Veterinário da Uenf.