Reina grande expectativa em torno da estreia nesta quinta-feira (25) do filme “Vingadores: Ultimato” nos cinemas de Campos e nas principais cidades brasileiras. Segundo a crítica, em um estalar de dedos, “Vingadores: Guerra Infinita” encerrou com o impensável. Quando metade do universo foi levada às cinzas e Thanos (Josh Brolin) desapareceu com as Joias do Infinito, pouco se imaginava sobre aonde o Universo Cinematográfico Marvel iria em seguida, a não ser pelo fato de que seus heróis buscariam o que seu título indica: vingança. Fora a busca por retribuição, os acontecimentos de “Vingadores: Ultimato” continuaram guardados a sete chaves, gerando uma espécie de ansiedade que já parecia conferi-lo um status mítico dentro do cinema de super-heróis. O que ocorre, afinal, depois do impensável?
Apesar de servir como sequência direta para “Guerra Infinita”, “Vingadores: Ultimato” traça uma linha clara entre o antes e o depois do MCU, reapresentando seu elenco de personagens em meio a um mundo transformado e traumatizado. Tendo início com uma cena bastante trágica, o tom mórbido abraçado no decorrer do longa anterior logo se faz presente para esclarecer que atravessamos um limiar que pode não ser cruzado de volta. Enquanto Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans) e os outros vingadores restantes planejam a revanche contra Thanos, lidam também com suas perdas pessoais como qualquer outro humano nessa terra desolada.
Embora seja modesto quanto à ação, com apenas um trecho expressivo em Tóquio, todo o primeiro ato de “Vingadores: Ultimato” funciona bem como a calmaria depois de uma tempestade e antes de outra provavelmente maior, com uma manutenção exemplar deste tom sombrio dando espaço para pequenos instantes de tom mais humorado. Vemos também os reflexos das ações de Thanos sobre o restante da humanidade, e não só nossos heróis, o que torna tudo um tanto mais urgente e palpável. Acrescentando à tensão, certos personagens agora encontram-se em novos estágios de suas vidas e devem considerar novos riscos pessoais de sua missão contra o titã louco.
No entanto, assim que os Vingadores partem em sua missão, os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, assim como os diretores Joe e Anthony Russo, levam “Ultimato” a um segundo ato mais aventuresco e bem-humorado do que se pode esperar, certas vezes mergulhando completamente na comédia escrachada ao explorar as possibilidades de fan-service, principalmente quando os protagonistas se apossam de uma tecnologia inovadora que permitirá o sucesso de sua missão. É seguro dizer que quase nada do que foi visto nos filmes anteriores passou batido pelos roteiristas, que resgatam pontos passados de novas e inventivas perspectivas.
Ainda que seja garantida a diversão do público, em especial dos fãs, durante esse longo segundo ato, seu humor nem sempre é acertado e pode em certos momentos colidir de frente com os elementos narrativos mais sérios, anulando o impacto de uma ou outra cena por conta do escracho exagerado. Por exemplo, Thor, que havia recebido um arco dramático bem dosado em Guerra Infinita, volta aqui a ser o sujeito atrapalhado e caricato que vimos em “Ragnarok”, capítulo da MCU que praticamente ignorou a identidade anterior do herói em prol da comédia fácil, e serve de início para gerar piadas visuais que soam fora de lugar em meio a tudo.
Mas no geral, mesmo no humor, as possibilidades são bem aproveitadas, e levam a acontecimentos que podem soar inacreditáveis para um desavisado, mas que são bem justificados dentro da proposta, não soando apenas como fan-service gratuito. É interessante, inclusive, como até parte do universo televisivo Marvel é resgatado, pelo menos visualmente, deixando um sentimento de satisfação aos que se deram ao trabalho de acompanhar pelo menos uma de suas séries.
Permanecem em exibição os filmes “Shazam!”, “Superação — O Milagre da Fé” e “De Pernas Pro Ar 3). (A.N.) (C.C.F.)