Celso Cordeiro Filho
13/04/2019 15:50 - Atualizado em 19/04/2019 13:07
A história mais famosa e comovente do mundo será contada no cinema, pela primeira vez, por um jovem diretor brasileiro Alexandre Machafer, que viveu em Campos – ele se considera campista — durante anos, depois, então indo morar no Rio para consolidar a carreira de ator. Inspirada na trajetória de Jesus, a Fundação Cesgranrio lança “O Filho do Homem”, no Odeon, nesta sexta-feira (19), às 17h. O filme fica em cartaz até domingo (21), em abertura de circuito.
Sobre sua passagem por Campos, Machafer dá mais detalhes: “Sou campista de coração porque fui morar em Campos com 11 anos de idade e foi onde eu construí grandes amigos que são meus amigos até hoje. Alguns moram no Rio e sempre nos reunimos para falar da vida. Minha família ainda mora em Campos e não sai daí por nada. Quando descobri o que eu realmente queria fazer da vida, percebi que tinha que vir para o Rio de Janeiro. Estava estudando quando descobri que queria ser ator. Foi muito difícil no início, mas já se passaram 17 anos e cá estou. Tenho muito carinho por Campos e pelos campistas.”
O filme, produzido por Carlos Alberto Serpa e dirigido por Alexandre Machafer, foi gravado no Rio de Janeiro, em locações como Pedreira Singra, Forte de Santa Cruz, Outeiro da Glória, entre outros. No elenco, nomes como Allan Ralph; Fernanda Martinez; Ingrid Conte; Fifo Benicasa e Lucas Apóstolo. O longa é uma produção independente e 100% nacional.
Destacou também que o projeto foi idealizado pelo presidente da Fundação Cesgranrio, professor Carlos Alberto Serpa, em 2016, com o intuito de passar a mensagem de Jesus diretamente aos jovens. Surgiu, então, a série “Bem-Aventurados”, que está disponível no canal no YouTube — https://www.youtube.com/channel/UCPcZHlUa8uigtoGKhd_alQA/featured — e atualmente está sendo exibida na TV Aparecida, de segunda a sexta-feira, às 23h.
— Filmamos 29 episódios sobre os milagres e parábolas de Jesus. Decidimos filmar a Paixão de Cristo (Nascimento, Crucificação e Ressurreição) alguns meses depois, quando sentimos que precisava finalizar o projeto. Eu decidi transformar a série em filme. Sempre foi meu desejo rodar um longa-metragem. Telefonei para o roteirista e disse que iria rodar um filme e não uma série. Ele curtiu muito a ideia e nos reunimos para adaptar o roteiro. Surgiu então “O Filho do Homem”. Eu quis mudar o nome porque também o que filmamos foi diferente da série. Uma curiosidade interessante neste projeto foi que filmamos 95% em locações reais no Rio de Janeiro. Conseguimos retratar dois mil anos atrás em pleno século XXI e tendo como pano de fundo a cidade maravilhosa: o Rio de Janeiro — explicou
O filme terá seu circuito de abertura no cinema mais tradicional do Rio de Janeiro, o Cine Odeon, onde acontecem as grandes pré-estreias e um dos maiores festivais de cinema do Brasil, o Festival de Cinema do Rio. “Vamos correr atrás de uma distribuidora porque achamos que o filme tem potencial tanto nacionalmente quanto internacionalmente. Acredito que, em breve, o filme estará em cartaz na minha cidade do coração: Campos dos Goytacazes”, acrescentou. Sobre a condição de produtor independente (Fundação Cesgranrio), disse que “tudo fica mais difícil porque como não utilizamos verbas públicas, porque que somos uma Fundação sem fins lucrativos, não temos incentivo fiscal. A produção acaba sofrendo limitações no orçamento, mas como dizem por aí: somos brasileiros e não desistimos nunca”.
Quanto à situação atual do cinema brasileiro, foi taxativo: “Estamos passando por um momento muito delicado. Meus amigos que têm produtoras e dependem diretamente dos fundos de investimentos do audiovisual estão desesperados e não sabem o que vão fazer para finalizar seus projetos. Acredito fielmente que medidas serão tomadas para o melhor funcionamento das prestações de contas junto à Ancine. Acredito também que as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento dos projetos encontrarão uma solução cabível porque o nosso cinema não pode morrer. Estamos produzindo como nunca produzimos antes no Brasil”.