Celso Cordeiro Filho
11/04/2019 20:43 - Atualizado em 15/04/2019 21:18
Durante a apresentação do filme “Visages, Villages” (2017), de Agnès Varda, na quarta-feira (10), no Cineclube Goitacá, o publicitário e crítico de cinema Felipe Fernandes destacou a importância artística da cineasta belga, radicada na França, e lembrou que foi a única mulher a receber o Oscar honorário pelo conjunto da obra. “Além de homenageá-la — faleceu recentemente, dia 29 de março —, é fundamental conhecer sua filmografia. Aos 88 anos, fez este filme (“Visages, Villages”) mostrando toda a sua vitalidade”, disse.
Felipe também lembrou que ela, junto com Jean-Luc Godard e François Truffaut, foi uma das criadoras da Nouvelle Vague e, não por acaso, é chamada carinhosamente de “a mãe da Nouvelle Vague”. “Umas das características mais interessantes de seu cinema é a forma com que mistura ficção com o estilo documental. Por isso, existe algo de documental em seus longas de ficção, assim como também existem elementos de construção ficcional em seus documentários”, acrescentou.
Após a exibição houve o tradicional bate-papo entre a plateia, que aplaudiu entusiasticamente o filme e o apresentador.
Para o professor e pesquisador cultural Marcelo Sampaio, trata-se de um trabalho “delicado e poético. Destaque-se também a atuação feminista de Varda sempre buscando ficar ao lado dos desfavorecidos. Enfim, é uma bela obra”.
No final, ela tenta surpreender seu companheiro de trabalho, o fotógrafo e muralista JR, levando-o à casa do cineasta Jean-Luc Godard. Mesmo tendo avisado, ele não os recebeu. Causou uma grande frustração em Varda. Sobre o episódio, o publicitário Gustavo Oviedo foi taxativo: “Isso é bem da personalidade de Godard, sempre surpreendente”.