Necessidade e cautela dos políticos nas redes sociais
09/03/2019 18:44 - Atualizado em 19/03/2019 16:15
Atitude desnecessária
O já conhecido e explorado vídeo publicado nas redes sociais pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) representa bem o que um político não precisa fazer nas redes sociais. Como mostra a matéria da página 2, a ferramenta, que ele usou muito bem na campanha de 2018, é um caminho sem volta. Agora, no exercício do mandato, é preciso ter mais cautela ao usá-la. Na campanha, Bolsonaro fala para seus seguidores, aqueles que comungam das mesmas ideias e mesmos ideais que ele. Agora, como presidente, ele não deve ter lado ou partido. Precisa se portar como representante de todos os brasileiros.
Mais polêmicas
Infelizmente para o país, o presidente parece gostar de uma polêmica nas redes sociais. Talvez, até seja uma estratégia para manter uma parte do eleitorado mais perto. O problema é que já são muitas as polêmicas e tantos outros problemas no governo para tentar resolver, que é até difícil imaginar que exista tempo para navegar no Twitter. Uma parte do seu eleitorado o apoia, veementemente, com relação ao post. Outra parte classificou como desnecessária e até criticou. Quem não votou nele, aproveitou para falar mal. Mas as críticas passaram dos limites do país e ganharam grande repercussão na imprensa internacional.
Também desnecessário
E para não dizer que existem erros apenas de um lado, um vídeo, do ator José de Abreu ironizando a situação da Venezuela, ao se autodeclarar presidente e ser aclamado ao chegar ao aeroporto ganhou as redes sociais na sexta-feira à noite. É bom deixar claro que a situação da Venezuela não tem nada de engraçada, muito pelo contrário, e o que acontece por lá é com base nas leis do país. Por aqui, no vídeo de Zé de Abreu, o presidente estadual do PT, Washington Quaquá, aparece “infiltrado”, ao lado dele. Totalmente desnecessário e, ao que parece, oportunista. Quanto ao Zé de Abreu, não dá para levar a sério.
Nós x Eles
O PT, por sinal, foi o maior responsável por insuflar a população brasileira em um discurso do “nós contra eles”. Pois bem, mudou o comando do país, mas o entendimento parece o mesmo. É preciso superar o ódio da campanha, que inclusive chegou a vitimar o próprio Bolsonaro, entre outros no país. Não se chegará a lugar algum se continuar assim. O presidente tem um teste de fogo, ainda este ano, com a reforma da Previdência. E se não conseguir passar por essa prova, poderá enfrentar sérios problemas. Essa deveria ser a maior preocupação, por ora, do Bolsonaro.
Leia a íntegra da coluna na edição desta quarta-feira (10) na Folha da Manhã.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS