A corrente majoritária do Partido dos Trabalhadores (PT), a Construindo Um Novo Brasil (CNB), começou um movimento para convencer o ex-presidente Lula a desistir de seu plano de ajudar a eleger a atual presidente, Gleisi Hoffmann, para um novo mandato à frente da legenda. Lula, que está preso desde 7 de abril do ano passado na superintendência da Polícia Federal, tem sido firme na defesa de Gleisi, que é entusiasta da bandeira “Lula livre”. Embora ainda não tenha data marcada, a eleição para a presidência do PT deve ocorrer no segundo semestre.
Para líderes da CNB, Gleisi tem tomado decisões sem consultar os demais membros da direção. Dizem que isso aconteceu, em janeiro, quando ela foi à posse de Nicolás Maduro na Venezuela. O episódio gerou até uma discussão com o candidato derrotado do partido à Presidência, Fernando Haddad, na última reunião da executiva, no mês passado. Haddad foi questionado sobre as críticas que fez a Gleisi numa entrevista e respondeu que via problema no fato de ela não ter ouvido a legenda. Gleisi rebateu dizendo que o PT já tinha uma posição sobre a Venezuela.
Em 2018, quando tentava se cacifar para substituir Lula como candidato do PT a presidente, Haddad, que sempre teve uma atuação independente, se aproximou da CNB. Parte das lideranças da corrente defende que ele assuma o comando da sigla. Ele, porém, diz que não tem interesse em presidir o PT porque pretende seguir com sua vida de professor.