Paulo Preto sentenciado a 145 anos
06/03/2019 22:35 - Atualizado em 08/03/2019 18:30
Apontado como operador do PSDB, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, foi condenado pela segunda vez pela Justiça Federal de São Paulo. Agora, a 145 anos e oito meses, em regime inicial fechado, por apropriação de bem público, associação criminosa e continuidade delitiva. Uma das filhas dele, Tariana Arana Souza Cremonini, foi condenada 24 anos e três meses de prisão. Paulo Preto foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter desviado R$ 7 milhões de verbas de indenização para famílias que viviam no traçado do Rodoanel, obra do governo paulista.
O engenheiro e a filha foram acusados também de incluir na lista de beneficiados pelas indenizações seis funcionárias da família: três babás, duas domésticas e uma funcionária da empresa do genro do engenheiro. Entre 2009 e 2012, elas receberam apartamentos da companhia estatal de construção de unidades populares orçados em R$ 62 mil.
Em sua defesa, Paulo Preto havia afirmado que as funcionárias de sua família viviam em área no ABC paulista que foi desapropriada pelo Rodoanel. Porém, segundo o MPF, três delas não conseguiram dizer o nome da rua onde moravam ou a linha de ônibus que pegavam todos os dias para ir trabalhar.
Uma ex-funcionária da Dersa, que fez acordo de delação, afirmou à Justiça que ele ficou com o dinheiro da indenização destinada a 11 pessoas. Uma irmã dela sacou cerca de R$ 955 mil entregou o dinheiro a pessoas de confiança de Paulo.
No mesmo processo, também foi condenado a 145 anos e oito meses de prisão José Geraldo Casas Vilela, funcionário da Dersa na época dos desvios.
A Justiça determinou ainda perdimento dos bens sequestrados de Souza, da filha dele e de Vilela. O valor mínimo de indenização é de R$ 7,7 milhões. Neste caso, o Ministério Público Federal havia pedido pena de 80 anos de prisão para o engenheiro.
Paulo Preto foi diretor da Dersa entre 2007 e 2010. A empresa era responsável por obras viárias. Na semana passada ele foi condenado a 27 anos de prisão por envolvimento em cartel de empreiteiras formado para as obras do Rodoanel. (S.M.) (A.N.)

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