Dentro das comemorações pelos 184 anos da elevação de Campos à condição de cidade, o ambientalista Aristides Soffiati lançou ontem, no Museu Histórico de Campos, o seu 22º livro, “A planície do norte do Rio de Janeiro antes e durante a ocidentalização do mundo”. O livro reúne ensaios narrando modificações naturais e ambientais em Campos e região.
— Eu gostei muito do lançamento. Foi muito concorrido com um grande número de pessoas e pessoas interessadas. A contribuição que eu tento dar é estudar a relação da sociedade campista e sanjoanense com o ambiente. É uma história ambiental, de transformação do espaço, natural e social. Eu focalizo nesses dois tipos, com toda a formação geológica e depois a dos humanos — disse o autor que destacou ainda que o livro tem linguagem fácil, podendo ser lido por qualquer um que tenha interesse em conhecer mais sobre as modificações geológicas da nossa região.
Na primeira parte, Soffiati fala das transformações naturais e sociais de planície. Sua formação geológica se processou nos últimos cinco mil anos, originando um pantanal correspondente a 1/5 do território da Holanda. Mostram-se também as características originais da baixada, sua vegetação nativa e o povoamento por nações indígenas.
Soffiatri delineia ainda a, em linhas gerais, a longa transformação da baixada úmida em terras que sofrem hoje problemas com o déficit hídrico: “Se, no passado, reclamávamos do excesso de água, hoje reclamamos de sua escassez”. Finalmente, no terceiro ensaio, procura analisar o mito que se criou em torno do DNOS como instituição salvadora da região.