O orgulho de ser parte da Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro marcou a recepção organizada para os alunos que ingressaram nesta segunda-feira (11), para o primeiro semestre dos anos letivos de 2018 e 2019, na 15ª melhor universidade do Brasil, segundo Índice Geral de Cursos (IGC), do Ministério da Educação (MEC). Antes da aula magna, ministrada pelo professor Carlos Rezende, que faz parte do corpo docente da instituição desde 1993, ex-alunos fizeram uma palestra de boas-vindas, sendo apresentados pela professora Marina Suzuki.
Dentre os ex-alunos, Deivisson Pelegrino de Abreu destacou a importância da universidade pública e das mudanças que o acesso à educação o proporcionou. Vindo de Atílio Vivácqua, no sul do Espírito Santo, ele contou que chegou em 2013 e, como bolsista e cotista, trabalhou fazendo serviços de eletricista para complementar os recursos da bolsa. Atualmente Deivisson é mestrando e já atua profissionalmente em Melhoramento Genético Vegetal. Para ele, contribuir com a universidade é dever de quem teve a vida modificada por ela.
— A nossa contribuição, dentro da universidade, tem toda importância. Pense que você pode tornar a Uenf melhor, quando sair, do que agora que você está entrando. Na verdade, você é uma das partes da Uenf. Da mesma forma que um quebra-cabeça não se completa com a falta de algumas peças, a Uenf não está completa sem você — disse ele, que tendo deixado o pai na lavoura, não perdeu a possibilidade de se aperfeiçoar cientificamente.
Em sua aula inaugural, o professor do curso de Biologia, o biólogo marinho, mestre em geoquímica e doutor em Biofísica, Carlos Rezende, falou sobre a história da Uenf, pontos que fizeram dela uma instituição diferenciada desde a sua fundação, como o fato de ter sido a primeira a ter 100% do corpo docente com doutorado e com dedicação exclusiva. Além de ser a primeira a disponibilizar o curso de Engenharia do Petróleo, a Uenf foi a primeira a oferecer vagas por cotas, racial e sócio-econômica, junto com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e a expandir esse programa. Ele também defendeu o ensino público superior e apresentou um trabalho de pesquisa de repercussão nacional e internacional de descoberta dos recifes de corais na foz do Amazonas.
Para Rezende, o que fez a Uenf, mesmo após passar por uma das suas piores crises, manter o nível de excelência e figurar entre as melhores do Brasil é o seu modelo de educação. “Nós temos uma parcela de profissionais dedicada exclusivamente à Uenf e isso faz o diferencial. Os professores não são horistas. As instituições municipais e privadas pagam cerca de 70 % do corpo docente a horistas, o que representa a repetição do mesmo erro que da educação hoje. O professor para ter um salário minimamente digno, tem que rodar não sei quantas escolas. A educação exclusiva tem que vir acompanhada de um bom salário, para que o professor fique na instituição, por que não se faz pesquisa em tempo parcial e o aluno tem um referencial de professor onde ele sempre vai ter onde buscar”, pontuou.
Em seu último ano como reitor de uma das principais universidades do interior do Estado, Luís Passoni ficou satisfeito com a sensação de pertencimento por parte dos alunos, atribuiu a manutenção da posição no ranking de excelência no país ao afinco de professores e alunos, falou sobre a crise que viveu junto à comunidade acadêmica e sobre o que pretende entregar ao seu sucessor. “Os anos de 2016 e 2017 foram anos muito terríveis, 2018 começou muito ruim. Na metade de 2018 começou a melhorar. A gente tem expectativa que esse ano de 2019 continue como foi o final de 2018. Nós ainda estamos com algum problema no quadro financeiro. A gente ainda não tem clareza sobre a execução do orçamento de 2019, estamos insistindo com o Governo do Estado para aplicar a Lei e iniciar a transferência dos valores em duodécimos. Amanhã estou indo ao Rio de Janeiro tratar dessas questões. Espero entregar para o próximo reitor, a questão do duodécimo plenamente resolvida”, falou o reitor.