O mês da Mulher será marcado com diversas programações em Campos. Segundo o Movimento Unificado de Mulheres, ações estão previstas para a próxima quinta-feira (14), quando a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) completa um ano, sem elucidação. O movimento mundial, que há três anos tem representação na cidade com cerca de 200 membros, evidencia a importância do papel da mulher na sociedade. Ontem, para lembrar o Dia Internacional da Mulher, um bloco de Carnaval de rock foi organizado na praça do Santíssimo Salvador, no Centro, e mulheres aproveitaram a oportunidade para espalharem suas mensagens.

Segundo a jornalista Júlia Oliveira, de 33 anos, membro do Movimento Unificado de Mulheres, a ação visa destacar a importância de Marielle, considerando as lutas que pleiteava em vida, assim como a sua morte, que, segundo ela, teria sido motivada por questões políticas. “Marielle lutava pelos direitos das mulheres, como igualdade de salário, de espaço e fala, ou seja, todas as questões que o feminismo agrega. Ela também defendia os direitos das classes mais pobres e de pessoas negras. É inadmissível o fato desse crime, que vitimou a vereadora e seu motorista Anderson Gomes, ainda não ter respostas”, destacou.

Na oportunidade, o grupo irá expor cartazes com mensagens de ordem e dezenas de pares de sapatos recolhidos como forma de evidenciar os casos de feminicídio no país. Júlia informou ainda que a expectativa é de que a ação seja tão expressiva quanto o movimento #EleNão realizado na praça do Santíssimo Salvador, no último dia 29 de setembro.

A ação no dia 14 de março conta com apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim). Segundo a presidente, Lívia Mota, a iniciativa é uma forma de não negligenciar a mulher, cuja história é marcada por uma série de lutas. “A mulher passa por uma série de dificuldades em vários níveis sociais e se hoje são minimizados é porque houve luta sim. Mas ainda há muito que avançarmos. A mulher precisa sair à noite sozinha sem sentir medo, pode usar a roupa que ela quiser porque o corpo é dela. Não dar crédito a tais discussões é algo muito sério. Por isso, toda mobilização neste mês é válida e apoiamos”, disse.

Lívia destacou que outras programações estão previstas ao longo do mês. Na próxima terça-feira (12), acontece um cine debate, as 15h, no Sesc, na Av. Alberto Torres, 397 - Centro. No dia 27, o Café com o Conselho, que ocorre mensalmente no auditório da Casa dos Conselhos, no Centro Executivo de Campos, irá colocar em pauta discussões a cerca dos direitos da mulher.

Ainda ontem, as polícias Militar, Civil e Rodoviária Estadual distribuíram flores, bombons e panfletos para todas as mulheres que passavam tanto pelo calçadão e na praça do Santíssimo Salvador, no Centro, como na RJ 216 (Campos-Farol).

Relembre o caso – Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, na noite de 14 de março último. Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços. Marielle tinha saído de um evento, também no Centro do Rio, e seguia para casa. O carro em que ela e os outros dois integrantes estavam foi emparelhado por outro e um dos integrantes do veículo disparou.