Matheus Berriel
28/03/2019 19:35 - Atualizado em 15/04/2019 20:34
O Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Estado do Rio de Janeiro (TJD/RJ) está apurando uma suposta manipulação de resultados no Campeonato Estadual, que teria beneficiado o Madureira na luta contra a “queda” para a seletiva. A denúncia partiu do presidente do Americano, Carlos Abreu, após a derrota por 1 a 0 para o Boavista, dia 17 de março, pela quarta rodada da Taça Rio. Na última segunda-feira (25), o presidente do TJD/RJ, Marcelo Jucá Barros, deferiu o pedido de abertura de inquérito por parte da Procuradoria do órgão e nomeou por sorteio o auditor processante Jonei Garcia Alvim, que já citou 13 pessoas para prestarem depoimento.
O prazo para conclusão do inquérito é de 15 dias, prorrogável por igual período. O presidente do Americano chegou a solicitar que fosse reconsiderada a nomeação do auditor processante, mas o pedido foi indeferido por Marcelo Jucá Barros. Além de Carlos Abreu, devem prestar depoimento na próxima segunda-feira (1º) os árbitros Luiz Antônio Silva Santos, Lenilton Rodrigues Gomes Junior, Rafael Martins de Sá, Daniel Wilson Barbosa de Castro e Gabriel Rodrigues Seraine, além dos assistentes Daniel do Espírito Santo Parro, Diego Luiz Couto Barcelos e Wendel de Paiva Gouveia. Na terça (2), será a vez de Carlos Abreu, do técnico do Americano, Josué Teixeira, do zagueiro alvinegro Espinho, do técnico do Boavista, Eduardo Allax, e do goleiro do clube de Saquarema, Alberto Rafael.
O caso: Em entrevista à rádio Campos Difusora, Carlos Abreu afirmou ter ouvido da arbitragem que o Americano não teria como vencer o Boavista. Disse ainda que os árbitros estavam atuando com os rádios de comunicação desligados. O assunto foi discutido na primeira edição do “Americano na TV”, programa que estreou no último domingo (24) na Plena TV, emissora do Grupo Folha de Comunicação.
— A gente faz um trabalho sério, busca seguir seguir princípios na vida, não só no Americano, e a gente teve que dar esse grito. Não é meu perfil ficar quieto diante de uma injustiça, de uma irregularidade. E aí, iniciei, até mesmo sem querer, essa cruzada contra esses absurdos e dei uma entrevista após o jogo, no calor da emoção, sobre a qual mantenho tudo o que eu disse, porque a verdade é verdade em qualquer lugar, situação e circunstância. O que coloquei naquele momento era exatamente um grito de socorro. A gente espera que os órgãos competentes, a Ferj, sobretudo a Coaf, passem a apurar essas questões. A partir do momento que um árbitro entra numa partida pré-disposto a errar, isso não é erro, é manipulação, é dolo, e isso é sério demais. Um crime punível com pena de dois a seis anos de reclusão. A gente começou essa cruzada e quer, realmente, que o Campeonato Carioca seja um exemplo a ser seguido — disse Carlos Abreu à Folha após a gravação do programa.
Após o jogo contra o Boavista, o técnico do Americano, Josué Teixeira, também reclamou da arbitragem:
— O Espinho mereceu ser expulso, não vou passar a mão na cabeça. Mas, o jogo foi estranho. Contra o Volta Redonda, outro jogo. A Cabofriense, outro jogo. São coisas pontuais — disse Josué. — É difícil. Você chega no jogo sabendo que vai ser prejudicado, joga o segundo tempo todo com um jogador a menos, é melhor que o adversário, e o adversário vem te cumprimentar no final do jogo dizendo “que pena, a gente lamenta como foi o jogo, mas sabe como é o futebol”. É, a gente sabe como é o futebol — reclamou. (M.B.)