Filme de Gus Van Sant causa impacto na plateia
21/03/2019 18:56 - Atualizado em 25/03/2019 17:15
Crédito: Rodrigo Silveira
Em sua estreia como apresentador, o estudante e cinéfilo Lucas Rodrigues exibiu nessa quarta-feira (20), no Cineclube Goitacá, o filme “Elefante” (Elephant, de 2003) e destacou que o diretor Gus Van Sant tem o mérito de deixar em aberto para o espectador as conclusões sobre o que é mostrado: “Não tem mensagem específica. Não é conclusivo. Pelo contrário, deixa em aberto o assunto tratado (assassinatos numa escola feitos por estudantes)”.
Lembrou que o recente caso de Suzano, em São Paulo, serve como parâmetro para avaliações. “É um trabalho documental que procura situar o espectador no universo escolar, mas sem tomar partido de uma ideia. Apresenta várias situações e deixa as conclusões para quem assiste ao filme. Por isso mesmo, acho o trabalho de Gus Van Sant bem interessante”, acrescentou. Sobre esse ponto vale ressaltar a observação precisa do jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa: “Ele (filme) narra, não conclui”.
Lucas salientou também que o diretor Gus Van Sant cria uma atmosfera documental apresentando vários pontos de vista de adolescentes. “Os planos longos e, como as cenas se conectam, criam uma sensação de continuidade, que contribuem para o realismo assustador em alguns momentos”, acrescentou. Vale destacar que Gus Van Sant mostra uma versão fragmentada do episódio trágico de Columbaine, nos Estados Unidso, onde foram mortos a tiros vários estudantes. Não usou nenhum ator profissional em “Elefante” e mostra como era a vida de alguns alunos do colégio revelando como se sentiam e como eram tratados pelos colegas. Para o publicitário e crítico de cinema Felipe Fernandes “o filme aponta várias questões (pais ausentes, propaganda nazista, internet, facilidade na compra de armas), mas não se fixa em uma delas, optando por deixar o espectador à vontade para estabelecer a sua conclusão”.

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