O secretário-geral da Presidência da República Gustavo Bebianno (PSL) será exonerado do cargo. A informação é do jornal O Globo e do SBT. De acordo com a publicação da jornalista Jussara Soares, no site do matutino carioca, Bebianno foi convidado para assumir a presidência de uma estatal, mas não aceitou o “rebaixamento” de cargo, segundo relato de auxiliares do presidente. Mais cedo, o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni (DEM) chegou a costurar um acordo para a permanência do ex-presidente do PSL no governo, mas ele não aceitou a mudança. Porém, segundo a “Folha de. S. Paulo”, o decreto da exoneração já está assinado para ser publicado no Diário Oficial de segunda-feira e o ministro já foi avisado da demissão.
O Globo também relata que, em um primeiro momento, a conversa teve a participação do vice-presidente Hamilton Mourão, de Onyx e de Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Ao final, o ministro e o presidente se reuniram sozinhos em um diálogo ríspido, com ataques de ambos os lados.
A situação de Bebianno, coordenador de campanha de Bolsonaro e considerado um dos homens de confiança do presidente, se agravou depois que o filho do capitão do Exército, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC), divulgou um áudio do pai desmentindo Bebianno, que havia dito que estava em contato direto com o presidente. Gustavo é o pivô de mais uma crise envolvendo o PSL em apenas um mês e meio de governo.
No último domingo, reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” informou que Bebianno liberou R$ 400 mil de dinheiro público, do fundo partidário, para uma candidata “laranja” de Pernambuco, que concorreu a uma vaga de deputada federal e recebeu 274 votos. De acordo com a reportagem, Maria de Lourdes Paixão se tornou candidata por iniciativa do grupo do atual presidente do PSL, Luciano Bivar.
Segundo o jornal, ela foi beneficiária do terceiro maior volume de recursos transferidos para um candidato, mais do que receberam as campanhas do próprio Jair Bolsonaro e de Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada mais votada do país entre as mulheres candidatas.
Durante a crise, Bebianno recebeu o apoio de ministros palacianos, militares do governo e parlamentares, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Eles consideraram grave o envolvimento de familiares de Bolsonaro com o governo e atuaram para segurar Bebianno no cargo e, consequentemente, evitar a imagem de que o rumo do Palácio é ditado pelos filhos do presidente. O trio que possui cargos eletivos é apontado como um gerador de crise para Bolsonaro. (A.N.)