Ganhador de três edições do prêmio Esso, o jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, morreu carbonizado em uma queda de helicóptero na rodovia Anhanguera, em São Paulo, nesta segunda-feira (11). A aeronave bateu na parte dianteira de um caminhão que transitava pela via. O acidente também vitimou o piloto Ronaldo Quatrucci, de 56 anos. O motorista do caminhão sofreu ferimentos leves. O corpo do jornalista está sendo velado no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Jardim Europa, em São Paulo, e será cremado em cemitério não divulgado a pedido da família. Nesta segunda, no final do Jornal da Band, profissionais de diferentes praças da Rede Bandeirantes de televisão homenagearam o colega com uma salva de palmas. A morte de Boechat também foi lamentada por políticos, personalidades e instituições.
A Polícia Militar informou que a aeronave tentou pousar no acesso do Rodoanel com a rodovia Anhanguera quando "um caminhão que havia acabado de passar pela praça de pedágio na faixa do sem parar não teve tempo hábil de frear e colidiu com a aeronave ainda pousando". O chamado de socorro foi feito às 12h14. A queda ocorreu perto do quilômetro 7 do Rodoanel, sentido Castelo Branco.
A aeronave Bell Helicopter, prefixo PT-HPG, fabricada em 1975, estava regular, segundo a Aeronáutica. Com capacidade para cinco pessoas, sendo um piloto e quatro passageiros, esse modelo de helicóptero é considerado seguro. A Polícia Rodoviária Estadual informou que a alça de acesso do Rodoanel à rodovia Anhanguera precisou ser interditada. Já a rodovia não teve bloqueio.
Ricardo Eugênio Boechat tinha seis filhos. Ele era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista “IstoÉ”. Ele trabalhou nos jornais “O Globo”, “O Dia”, “O Estado de S. Paulo” e “Jornal do Brasil”. Na década de 1990, teve uma coluna diária no “Bom Dia Brasil”, na TV Globo, e trabalhou no “Jornal da Globo”. Foi ainda diretor de jornalismo da Band e teve passagem pelo SBT.
O presidente da Associação da Imprensa Campista (AIC), Wellington Cordeiro, lamentou a morte do jornalista.
— Em momentos de turbulências num país, seja política, econômica ou em qualquer outro setor da sociedade, é quando mais precisamos de um jornalismo comprometido e atuante, voltado para o bem comum. E o jornalista Ricardo Boechat representava muito bem este ofício. Assim, o radiojornalismo, o telejornalismo, o webjornalismo e a imprensa escrita perde um dos profissionais de maior influência e expressão nacional dos últimos tempos. Perde a democracia e a comunicação do país. A Associação de Imprensa Campista presta sua homenagem a este mestre do jornalismo que lutou um bom combate — ressaltou.
O presidente Jair Bolsonaro se pronunciou por meio de seu perfil no Twitter. “É com pesar que recebo a triste notícia do falecimento do jornalista Ricardo Boechat, que estava no helicóptero que caiu hoje em SP. Minha solidariedade à família do profissional e colega que sempre tive muito respeito, bem como do piloto. Que Deus console a todos!”.