Segurança dos centros de treinamentos em discussão
Paulo Renato Porto 16/02/2019 18:59 - Atualizado em 20/02/2019 17:57
Isaías Fernandes
Depois da tragédia que matou dez jogadores da base do Flamengo, na última dia 8, após um incêndio no Ninho do Urubu, o Centro de Treinamentos (CT) do Flamengo, autoridades fazem vistorias e buscam evitar que novas desgraças se sucedam pelo Brasil. No Rio, os CTs e alojamentos de Vasco e Botafogo foram interditados por não preencherem as exigências da legislação. Em Campos, o Corpo de Bombeiros se manifestou em relação à situação dos clubes profissionais que mantêm futebol profissional, casos de Americano, Goytacaz e Campos Atlético.
No Americano, dirigentes alvinegros pediram que a reportagem buscasse informações com a Construtora Imbeg, que entregou parcialmente o CT Eduardo Viana, em Guarus.
O presidente do Conselho Deliberativo do clube, Fábio Rangel, disse que a construtora ainda não entregou as obras ao clube em sua totalidade e, por isso, seria ainda responsável por apresentar a documentação.
Em contato com a Folha, a empresa apresentou o laudo de exigências, emitido em 2016, pelo Corpo de Bombeiros. Nas dependências do CT, além de jogadores das divisões de base, ficam hospedados ainda atletas da equipe de profissionais que não têm residência em Campos.
O Corpo de Bombeiros, por meio da assessoria, se manifestou não apenas em relação ao Americano, mas também ao Goytacaz.
— Já o alojamento do Americano, que funciona no Centro de Treinamento do clube, está regularizado no que diz respeito à segurança contra incêndio e pânico. O espaço possui o Certificado de Aprovação da corporação. Convém lembrar que é de responsabilidade dos gestores do local a manutenção do estabelecimento dentro das condições aprovadas pela corporação — acrescentou.
Quanto ao Goytacaz, o alojamento que funcionava no estádio do clube, está desativado, segundo a assessora do Corpo de Bombeiros. Esta semana, o presidente alvianil, Dartagnan Fernandes, confirmou a informação numa emissora de rádio, afirmando que o clube prefere alugar imóveis residenciais para hospedar atletas que não têm residências em Campos.
O Campos Atlético, outro clube campista que mantém futebol profissional, não hospeda jogadores nas dependências no clube.
Além da interdição do Ninho do Urubu, determinada pelo juiz campista Pedro Henrique Alves, a Polícia Civil interditou também o alojamento das categorias de base do Botafogo no estádio Caio Martins, em Niterói. Outro clube que sofreu interdição foi o Vasco. Em todo país, as principais equipes estão regularizando as documentações.
 
 
Interdição no Botafogo - No Botafogo, a medida de interdição do alojamento foi tomada após constatação de rachaduras nas paredes e fiação elétrica inadequada.
O Botafogo encaminhou os jovens para a sede de General Severiano. A Polícia Civil ouviu responsáveis do clube sobre as instalações em Caio Martins e pedirá uma perícia de engenheiros no local.
O Vasco não ficou de fora da tardia “operação pente-fino” após a tragédia no Rubro-Negro, com a interdição do CT alugado em Vargem Grande, também na Zona Oeste do Ro.
O clube destaca que o CT das Vargens é usado apenas como local de treinamento e não há alojamento para os atletas. O clube transferiu o treino do time profissional para o estádio São Januário e comprometeu-se a atender às adequações exigidas pela prefeitura. O clube destaca que o CT das Vargens é usado apenas como local de treinamento e não há alojamento para os atletas.
Em São Paulo, a Prefeitura restringiu o uso do CT da Barra Funda, do São Paulo. Os jogadores foram transferidos para o outro CT na cidade de Cotia. Por sua vez, o Palmeiras emitiu uma nota oficial, na qual informou a mudança dos atletas das categorias de base para um hotel na capital paulista.
Corinthians, Portuguesa, Juventus e Nacional se reuniram na última quinta-feira a fim de apresentar a documentação necessária para provar que os alojamentos de atletas estão funcionando dentro das exigências.

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