Projetos do CT do Flamengo enviados à Prefeitura do Rio não previam alojamentos
11/02/2019 22:55 - Atualizado em 13/02/2019 17:23
Dois projetos de construção do Centro de Treinamento do Flamengo que o clube enviou à Prefeitura do Rio, em 2010 e 2018, mostram que não havia previsão de alojamento no local onde o fogo matou dez atletas na última sexta-feira. O clube pediu autorização para construir o Centro de Treinamento em 2010. Há nove anos, o Flamengo previa construir um estacionamento, uma instalação que serviria de depósito e lavanderia e do lado um prédio para a administração. O contêiner onde os jogadores morreram nunca foi vistoriado pelo Corpo de Bombeiros.
A TV Globo teve acesso ao documento que comprova que não havia planos para a construção de um alojamento para atletas. Os engenheiros responsáveis eram Alexandre Martins e Wagner Barroso. O projeto foi aprovado pela Prefeitura no dia 7 de janeiro de 2011.
No ano passado, o Flamengo apresentou um novo projeto com informações diferentes do primeiro. A planta mostra que a ideia era deixar o estacionamento maior, ocupando as áreas onde ficariam a lavandeira e a administração, onde também não havia previsão de um alojamento. O responsável pelo projeto dessa vez é o arquiteto Francisco Alexandre Feu Rosa. Esse novo projeto foi aprovado pela prefeitura em abril de 2018.
Em nota, neste domingo (10), a Prefeitura disse que a licença obtida com esse projeto permitia apenas a construção e não a utilização. Ou seja, para a Prefeitura, o Centro de Treinamento ainda estava em construção, por isso, não tinha o Habite-se. O Ninho do Urubu também não tinha alvará de funcionamento. Chegou a ser interditado em outubro de 2017 e foi multado 31 vezes desde então por descumprir a ordem.
No ano passado, os bombeiros fizeram três vistorias nas instalações que constavam no projeto original. Durante as vistorias, várias pendências relacionadas ao sistema de segurança contra incêndio e pânico foram detectadas.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS