Produção de leite cresce 30%
16/02/2019 14:57 - Atualizado em 20/02/2019 18:32
Produção de leite
Produção de leite / Isaías Fernandes
A produção de leite em Campos cresceu cerca de 30% nos últimos dois anos. Mais de 120 mil litros diários são produzidos no município, beneficiados pelo resfriador, um equipamento com capacidade de armazenar de forma mais eficiente 2 mil litros de leite. No início da semana, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, e o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), anunciaram a criação de um plano de trabalho para o desenvolvimento de ações que impactem positivamente o setor.
Este plano foi colocado na reunião com os secretários de Agricultura no Rio, no final de janeiro, na qual o representante de Campos, Nildo Cardoso, esteve presente e defendeu que o município precisa de parcerias efetivas e que o Estado precisa conhecer a realidade de cada região para que venham atender aos interesses e anseios do produtor rural.
— Estive em uma reunião e eles não sabem nada da nossa realidade, da nossa necessidade. Não pode ter plano de trabalho se não sabem da nossa demanda. Mas o que vier será muito bem recebido, vamos aguardar — declarou Nildo.
Para incentivar a produção de leite nas propriedades rurais do município, a superintendência de Agricultura e Pecuária vem ao longo dos últimos meses instalando resfriadores que foram recuperados. Hoje, cinco deles estão em funcionamento, em Cambaíba, Seis Marias, Santa Maria, Zumbi I e Conselheiro Josino. Instalado na região do Imbé, outro resfriador aguarda apenas ligação da rede elétrica para funcionar. São cerca de 100 pequenos produtores atendidos com o programa, que poderão acumular a produção de dois dias, sem o risco de deterioração do produto, até que o caminhão da empresa faça o recolhimento.
Em Campos não existe mais cooperativa para beneficiar e agregar valores aos derivados do leite. Entre as dificuldades que os produtores têm, está a de escoar a produção. O produtor Jhony França da Silva, do assentamento Oziel Alves, em Cambaíba, produz por dia 80 litros de leite. O resfriador beneficia ainda mais 15 produtores familiares com propriedades na Baixada Campista. Ele informou que o maior problema encontrado pelos produtores é vender o produto.
— Tem um laticínio em Campo Limpo, mas não há acordo sobre o preço, por isso levamos nosso produto para São João da Barra e Macuco, na região Serrana. Agora, com o resfriador, a gente pode armazenar o leite por até três dias. A produção aumentou e, consequentemente, nossa vida melhorou também. Aqui são produzidos de 80 a 100 litros de leite por dia — disse. 
 
 
Um dos pilares para recuperação econômica - O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, e o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat) vão criar um plano de trabalho para o desenvolvimento de ações.
— Temos hoje um cenário que favorece indústrias e produtores de leite de fora do Estado do Rio de Janeiro. Eles se instalam aqui e aproveitam os benefícios fiscais para lucrar em cima do mercado fluminense, que é muito amplo. O que queremos é proteger as nossas empresas — afirmou o secretário de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Eduardo Lopes.
Durante a reunião, foram encaminhadas duas minutas de decreto. Uma delas, para corrigir as distorções em relação ao Riolog, programa de incentivos fiscais, e a outra em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os produtos lácteos e seus derivados.
De acordo com o subsecretário estadual de Agricultura, Ramon Neves, a expectativa é trabalhar integrado com o setor para destravar os gargalos que impedem o crescimento da cadeia produtiva leiteira. “O governador deixou claro a importância do setor agropecuário, pesqueiro e da aquicultura como um dos pilares para a recuperação econômica do estado”, enfatizou. (J.R.) (A.N.)

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