Jane Ribeiro
02/02/2019 00:29 - Atualizado em 04/02/2019 18:29
As férias escolares acabam hoje e os preparativos para o retorno à sala de aula se intensificaram nos últimos dias. Os pais ainda correm contra o tempo para comprar o material escolar no último momento. Munidos de listas fornecidas pelas escolas e com olhar atento na qualidade e nos preços dos produtos, os consumidores enfrentaram o desafio de não se estender muito nos gastos. O resultado foi papelarias lotadas, correria e muita reclamação em relação ao preço do material escolar. O Procon divulgou um lista com preço dos produtos e recomenda a pesquisa nos preços.
Uma infinidade de itens atraiam os olhares e despertavam o desejo de consumo, especialmente os produtos licenciados. Nas prateleiras, cadernos de todos os tipos e tamanhos, lápis, canetas, borrachas, folhas A4, estojos e mochilas eram os mais procurados, para todos os gostos e bolsos. Como forma de impulsionar as vendas, as lojas do ramo oferecem descontos e opções de parcelamento em até seis vezes.
Os pais alegam que, devido os gastos do início de ano, deixaram para ir às compras nesta reta final de férias e, mesmo assim, estão tendo que pesquisar antes de definir onde e o que comprar. Para alguns, está difícil comprar tudo que vem na lista.
A comerciária Patrícia Gomes disse que, mesmo com um desconto de 10% em algumas livrarias, os preços de alguns produtos estão altos.
“Os preços estão altos em todos os lugares. Pesquisei, aproveitei o desconto e não comprei todo o material de minha filha. Fui obrigada a fazer uma classificação das coisas mais importantes. As mochilas estão com preços mais altos do que os demais materiais. Peguei um desconto de 10%, mas, mesmo assim, ainda achei muito caro o preço da mochila”, diz.
Tem também aqueles que ainda não compraram nada e estão pesquisando preços. “Vim hoje com a lista para ver onde está com preço mais em conta. Vou comprar assim cada coisa em uma papelaria para ver se consigo economizar. A lista do meu filho, que ainda está no segundo ano do ensino fundamental, é cheia de livros de literatura, que são muito caros e se comprarmos tudo, acabo ficando endividada”, informou a enfermeira Carla Maria Damiano.
Procon divulga lista de preços do material
Devido à grande procura pelo material escolar, a superintendência do Procon/Campos divulgou uma pesquisa de preços e informativos sobre materiais escolares para que o consumidor economize no orçamento familiar. Segundo o diretor de Educação e Pesquisa do Procon, Rafael Soares, a pesquisa foi realizada em sete papelarias, nas quais observou-se uma variação de preço do material de 52% a 575%.
Antes de comprar, a recomendação é que o consumidor consulte o preço de cada item da lista de material em diversas lojas. A compra antecipada é um passo fundamental para evitar preços mais altos e longas filas nas papelarias, tão comuns no período de volta às aulas. No entanto, antes de ir às compras, é importante que o consumidor fique atento às exigências feitas.
Na pesquisa dos preços de materiais escolares nas sete papelarias visitadas no município, foi constatada uma variação nos valores em produtos básicos, como lápis e dicionários, como o dicionário escolar de língua portuguesa de R$ 4,95 a R$ 19 (284%) ou a borracha branca quadrada de R$ 0,20 a R$ 1,35 (575%).
E nas listas solicitadas pelas escolas não devem constar produtos que não sejam para uso específico do aluno. Na hora da compra, cabe ao consumidor avaliar a qualidade e o preço de produtos similares que também podem atender as necessidades, com economia.
— É importante que os pais observem as embalagens de materiais como colas, tintas, pincéis atômicos, entre outros, que devem conter informações claras, precisas e em língua portuguesa a respeito do fabricante, importador e validade — informou o diretor Rafael Soares.
Comércio espera por um movimento maior
Em Campos, o comércio de livraria e papelaria ainda espera pelo retorno dos pais das praias para aumentar as vendas. Para o gerente de uma loja de material escolar, Pedro Silva, o movimento aumentou nos últimos dias, mas, na opinião dele, não se compara com o ano passado, que no início do ano letivo as lojas estavam lotadas.
— Na última semana o movimento foi bom, mas ainda tem muita gente nas praias e o calor acaba desanimando as pessoas de sair para o comércio, mas espero que nesta semana e na próxima o estabelecimento lote, como nos anos anteriores. É aquela velha história, o brasileiro sempre deixa para a última hora — disse ele.
O gerente ressaltou que esse ano os livros didáticos tiveram um reajuste, mas que a papelaria está dando desconto nas compras à vista e parcelando em até 6 vezes.
— Sabemos das dificuldades dos pais no início do ano, por isso, estamos facilitando a vida dos que podem comprar com desconto no cartão de crédito. Se depender da gente ninguém vai ficar sem estudar por falta de material escolar — concluiu.