Carmem Miranda mantém tradição
Matheus Berriel 27/02/2019 18:32 - Atualizado em 01/03/2019 18:20
Folha da Manhã
Símbolo da resistência do Carnaval de rua campista, a Banda Carmem Miranda sairá nesta quinta-feira (28) à noite pelo 28º ano consecutivo. O evento carnavalesco acontecerá a partir das 20h, na Orla 1, em Guarus, mesma região onde a banda começou. De acordo com o fundador e organizador Flávio Araújo, o popular Azulão, cerca de duas mil pessoas devem comparecer à folia.
— Estamos fazendo um tema voltado para o Carnaval da família, com todo mundo unido, em homenagem aos 28 anos da Banda Carmem Miranda. Vamos ter a bandinha, participação da bateria da escola de samba Ururau da Lapa e premiação para a madrinha Cristiana Pontes e a princesa Mayara Chagas. A Prefeitura está dando todo o apoio em estrutura, a Guarda Municipal, a Polícia Militar, está todo mundo colaborando — disse Azulão.
Sucesso de público, a Banda Carmem Miranda costuma reunir foliões de todas as idades, que se divertem com as marchinhas dos velhos carnavais:
— A banda vem agregando muitos foliões. São crianças, idosos, muita gente mesmo. Neste ano, estamos vendendo abadás a R$ 5, com direito a um copo personalizado com o nome do evento. Foram fabricados 100 abadás, que podem ser comprados na Banca do Coliseu (na praça do Santíssimo Salvador, no Centro) ou, no dia do evento, na própria orla — pontuou Azulão.
Folha da Manhã
Durante o processo de esvaziamento do Carnaval campista, a Banda Carmem Miranda foi um dos poucos movimentos populares que resistiram, promovendo o pré-Carnaval junto aos também tradicionais Boi Capeta e Batalha de Confetes Ouro Azul. Em 2017, surgiu o Boneco 100 Sossego, com apoio da Folha da Manhã, e atualmente vários outros blocos movimentam a folia na cidade. Para este ano, 17 foram confirmados, fora o Baile de Carnaval do Museu Histórico, realizado na última terça (26).
— Isso está sendo maravilhoso, cada bairro está tendo um bloco. No ano que vem, vamos ter muitos outros blocos em Campos. E a banda colaborou. Só existíamos nós três: o Boi Capeta, a Batalha e a Carmem Miranda. Agora, estão surgindo vários. É uma maravilha isso, muito bom, estamos incentivando o pessoal — afirmou o organizador.
Em 1991, um grupo de amigos que frequentava um bar na orla de Guarus fundou a Banda da Pequena Notável, com aproximadamente 30 pessoas, no intuito de animar o pré-Carnaval campista e homenagear a cantora Carmem Miranda. Cerca de cinco anos depois, a portuguesa mais brasileira da história passou a ter não mais o apelido, mas o próprio nome usado pela banda, que se firmou como um ícone da festa popular em Campos. Atualmente, além de Azulão, também fazem parte da comissão organizadora o coordenador visual Paulo Tasio e Brunno Melo, responsável pela logística.

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