Os deputados estaduais eleitos em outubro tomam posse amanhã e no dia seguinte, no sábado, acontece a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que vem esquentando o clima nos bastidores da Casa, que naturalmente já andam pegando fogo. Favorito à reeleição, André Ceciliano (PT) já havia confirmado que o ex-prefeito de Itaperuna Jair Bittencourt (PP) será o primeiro vice em sua chapa. Apesar da definição das comissões acontecer somente após a eleição, as conversas já estão adiantadas e o interior terá representatividade nos importantes cargos.
Um dos mais experientes deputados estaduais, João Peixoto (DC) será mantido na comissão de Agricultura, enquanto o subtenente Bernardo (Pros), de Cabo Frio, fica com a Comissão de Pirataria. Já na Comissão de Orçamento, uma das mais importantes da Alerj, o ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia Gustavo Tutuca (MDB) é o mais cotado, mas o sanjoanense Bruno Dauaire (PRP) e o deputado mais votado em outubro, Rodrigo Amorim (PSL), ainda estão na disputa.
Ceciliano possui o apoio de 12 partidos e é amplo favorito à reeleição. Pelo menos nove legendas devem ter representantes na mesa diretora.
Apesar da numerosa bancada e do discurso eloquente do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) contra o petista, a eleição para a mesa diretora do Legislativo fluminense se encaminha para uma candidatura única. Isso porque para formar uma chapa são necessários os apoios de pelo menos 13 deputados. Somente o PSL possui 12 parlamentares e nem todos fecharam com a tentativa do partido de lançar a candidatura de Márcio Gualberto. Entre os que não aprovaram está o campista Gil Vianna, além de Rodrigo Amorim, Alexandre Knoploch, Gustavo Schmidt, Marcelo do Seu Dino.
Desgastado pelas polêmicas envolvendo as movimentações financeiras atípicas em seu gabinete, Flávio deixou a presidência estadual do PSL e desistiu de articular uma eventual candidatura do partido na Alerj.
Maia larga na frente e Renan enfrenta divisão
As eleições para presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal acontecem amanhã, um dia antes do que na Alerj. E assim como no Legislativo Fluminense, os atuais presidentes largam como favoritos. Na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ganhou ainda mais força ontem depois das desistências das candidaturas de Alceu Moreira (MDB) e de Ciro Nogueira (PP). Enquanto isso, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse ontem que o partido decidiu pela candidatura própria de João Henrique Caldas (PSB-AL). A legenda chegou a negociar com Maia, mas desistiu após o democrata receber o apoio do PSL de Jair Bolsonaro.
Já no Senado, o atual presidente Renan Calheiros (MDB) larga na frente, mas vem encontrando dificuldades. A começar pelo seu partido. Simone Tabet (MDB-MS) deixou ontem a liderança do partido no Congresso e encabeça a ala rebelde do partido que não quer apoiar Renan. Mesmo se não receber o apoio da maioria dos emedebistas, ela ensaia uma candidatura independente.
A divisão do MDB pode ser benéfica para Major Olímpio (PSL-SP), que é o candidato do governo.