Apoio ao chefe do MP em investigação
24/01/2019 21:28 - Atualizado em 29/01/2019 16:06
Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro / Divulgação
Promotores do Ministério Público estadual (MP) têm se manifestado em defesa do procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro – o chefe do MP –, Eduardo Gussem depois dos ataques da família Bolsonaro. O filho do presidente e senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL), é investigado, junto com o seu ex-motorista Fabrício Queiroz, sobre movimentações financeiras atípicas identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Em sua conta no Instagram, Flávio citou nominalmente Gussem e o presidente chamou de “arbitrariedade” o que tem acontecido com o filho. No entanto, mesmo com a paralisação da investigação por determinação do presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o ministro relator do caso, Marco Aurélio Mello, já deu indícios de que manterá o procedimento na primeira instância, nas mãos do MP.
Enquanto isso, em entrevista à agência de notícias Reuters, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse que o governo não irá interferir nas investigações sobre Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz.
Em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, o ex-juiz federal disse que as investigações estão em fase preliminar, mas que vêm sendo conduzidas normalmente pelos promotores.
O Coaf identificou 48 depósitos de R$ 2 mil entre junho e julho de 2017 e um pagamento de pouco mais de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa Econômica Federal na conta de Flávio Bolsonaro.
Além disso, Fabrício Queiroz também é investigado por movimentações atípicas identificadas pelo Coaf no valor de até R$ 7 milhões em três anos.
Flávio Bolsonaro, que assumirá o mandato de senador em fevereiro, afirma não ter cometido qualquer irregularidade.
— Essa é uma investigação preliminar, não há nada conclusivo sobre isso e no momento o caso está nas mãos dos promotores estaduais. Então, eles estão fazendo seu trabalho de maneira normal (...). O governo nunca vai interferir no trabalho dos investigadores ou no trabalho com promotores — disse Moro.
Há uma semana, atendendo a um pedido do próprio Flávio Bolsonaro, Luiz Fux suspendeu as investigações até que a Corte decida em qual instância elas deverão ter continuidade, uma vez que o parlamentar alega que a posse no Senado nos próximos dias garantiria a ele a prerrogativa de foro junto ao Supremo. (A.N.) (A.S.)

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