Envolto na polêmica sobre a investigação do Ministério Público sobre as movimentações financeiras atípicas do seu ex-motorista Fabrício Queiroz, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) jogou a toalha na articulação para tentar eleger um novo presidente na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A informação é da coluna Informe, do jornal O Dia. Enquanto isso, o ministro Marco Aurélio Mello, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), indicou, nessa sexta-feira (18), que não concordou com a decisão do seu colega Luiz Fux de suspender a apuração e que vai reverter a liminar assim que acabar o recesso do Judiciário.
Após eleger a maior bancada na Alerj, com 13 deputados, Flávio Bolsonaro, que é presidente estadual do PSL, disse que tinha como objetivo tirar o petista André Ceciliano da presidência da Casa. No entanto, sem conseguir articular com outras forças da Casa, o partido ficou isolado e Flávio começou a pensar em outros planos. O nome de Márcio Pacheco (PSC) chegou a ser colocado na mesa, mas o deputado disse que não teve apoio de toda a bancada do PSL e abriu mão da candidatura de oposição para aceitar o convite do governador Wilson Witzel (PSC) para ser o líder do governo na casa. Além disso, Pacheco também anunciou voto em Ceciliano, que já conta com ampla maioria para se eleger.
Segundo O Dia, com a imagem arranhada, Flávio se aproximou do deputado eleito Chicão Bulhões (Novo), que já tinha falado sobre sua intenção de lançar uma candidatura independente. No entanto, de acordo com a publicação, a articulação para a presidência da Alerj deixou de ser prioridade para o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Flávio diz que não é investigado pelo Ministério Público no caso das movimentações atípicas de Queiroz, apontadas em relatório do Coaf, porém, conseguiu a suspensão do procedimento junto a Fux, responsável pelo plantão. O argumento do ministro é de que o relator, Marco Aurélio, deva decidir se o caso ficará na primeira instância ou sobe ao STF por causa do foro privilegiado do senador eleito.
No entanto, no ano passado, a Corte decidiu pela restrição do foro para crimes que tenham sido cometidos em função do mandato, o que não é o caso. E o próprio Mello falou, nessa sexta, que tem remetido habeas corpus como da defesa de Flávio “ao lixo”. “Já na sexta-feira, pela manhã, assinarei decisão — sexta, dia 1º de fevereiro (...) Tenho negado seguimento a reclamações assim, remetendo ao lixo”. (A.S.) (A.N.)