Aldir Sales
16/01/2019 19:48 - Atualizado em 17/01/2019 15:22
Sem uma base consolidada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o governador Wilson Witzel (PSC) fez um jantar de conciliação com a bancada do PSL do presidente Jair Bolsonaro e, pelas redes sociais, anunciou que terá o apoio dos parlamentares nas votações no Legislativo. No entanto, o encontro não teve a presença de alguns deputados que criticaram publicamente o ex-juiz federal por causa de uma eventual aproximação com o petista André Ceciliano, presidente da Alerj e candidato à reeleição.
— Recebi a bancada do PSL para um jantar no Palácio Laranjeiras, em que os deputados afirmaram seu apoio e a participação em nossa base na Alerj. Vamos juntos mudar o Rio — postou Witzel nas redes sociais.
No entanto, as ausências dos deputados Alana Passos, Anderson Moraes (apontado como líder da bancada), Renato Zaca (líder da bancada da bala) e Filippe Poubel foram marcantes. Alana tem se destacado com a porta-voz oficial da família Bolsonaro no Rio de Janeiro e também uma das críticas mais frequentes do governador. “O isentão venceu as eleições com discurso de direita e ideologia. Após a vitória, senta com a esquerda e diz que seu estado não tem partido. Eu avisei. O governador Wilson Witzel é do PSC, e não do PSL”, disse a deputada eleita na semana passada.
Outro que tem despejado críticas é Filippe Poubel. “Um governador que forjou sua campanha apoiado nos discursos de direita, usando o presidente Jair Messias Bolsonaro como seu principal cabo eleitoral, agora começa a aparelhar o estado com políticos que outrora ele tanto repudiou”, postou o político.
Segundo o Palácio Guanabara, todas as ausências foram justificadas. Poubel, por exemplo, disse que tinha compromisso fora do estado.
A relação entre Witzel e o PSL vinha azedando desde a posse do governador, que vem trabalhando para conquistar apoio na Alerj. Um dos objetivos do PSL é tirar Ceciliano do comando da Casa. A bancada chegou a apoiar a candidatura de Márcio Pacheco (PSC), que retirou seu nome da disputa depois que aceitou o convite para ser líder do governo. Pacheco declarou que não tinha apoio de todos os deputados do PSL e anunciou que vai votar em Ceciliano.