O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, disse nesta segunda-feira que não precisa ouvir o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) e seu ex-motorista Fabrício Queiroz para apresentar uma denúncia no caso das movimentações financeiras atípicas apontadas por um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O chefe do Ministério Público estadual explicou que a investigação é baseada em “provas documentais consistentes” e que os depoimentos de Queiroz e Flávio seriam para apresentar a defesa de ambos.
— O depoimento vai apresentar a versão deles dos fatos. A ausência não atrapalha. O Ministério Público pode chegar à conclusão de que tem indícios suficientes para ajuizar ação penal e eles posteriormente podem se pronunciar — disse Gussem.
O procurador-geral ressaltou ainda que o relatório do Coaf deu origem a 22 procedimentos de investigação que estão tramitando atualmente envolvendo vários parlamentares. Segundo Gussem, quatro deputados estaduais já se apresentaram espontaneamente: Luiz Paulo (PSDB), André Ceciliano (PT), Tio Carlos (SDD) e Paulo Ramos (PDT).
Na última quinta-feira, Flávio Bolsonaro era aguardado no MP, mas não compareceu para depor. Em publicação nas redes sociais, o senador eleito afirma que foi notificado apenas na segunda-feira (7) e que tem todo o interesse em esclarecer o caso, apesar de não ser investigado por qualquer crime. Como portador de foro privilegiado, ele pode escolher data, horário e local.
Queiroz também foi convocado duas vezes, mas não compareceu, alegando motivos de saúde – o ex-assessor está internado no Hospital Albert Einstein e enviou documentação médica para o MP. Seus parentes também não compareceram. (A.N.)