O governo Wilson Witzel já tem a primeira baixa com apenas 11 dias. Foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial a exoneração do secretário estadual de Administração Penitenciária, André Caffaro de Andrade. O ex-chefe da pasta era agente penitenciário e dá lugar ao coronel da Polícia Militar Alexandre Azevedo de Jesus, de 46 anos, e 29 de serviço na corporação.
A nota divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) não explica o motivo da saída de Andrade e diz apenas que apenas que ele foi exonerado a pedido. No período em que Caffaro esteve à frente da Seap foram realizadas vistorias em presídios. No último dia 7, uma delas — feita em conjunto com agentes da Policia Federal da Delegacia de Repressão a Crimes Patrimoniais (Delepat) —, no Presídio Serrano Neves, em Gericinó, resultou na apreensão de 200 comprimidos de ecstasy, 34 celulares e dois tabletes de maconha. Uma investigação foi aberta, pois a suspeita era de que houvesse facilitação da entrada do material na unidade por Sedex.
Dois dias depois, outra vistoria, desta vez no Presídio Gabriel Ferreira Castilho, também no Complexo de Gericinó, terminou com a apreensão de 75 celulares, 85 chips, dois roteadores, maconha e cocaína.
Um balanço divulgado pela Seap nesta quinta-feira informou que em dez dias o número de celulares apreendidos chegou a 249, além de roteadores e drogas.
Caffaro foi o primeiro agente a assumir a Seap — essa escolha foi uma promessa de Witzel durante a campanha e, agora, o governador volta atrás designando um oficial da PM para o cargo.
Bacharel em direito, o coronel Azevedo já foi subdiretor da Casa de Custódia Jorge Santana, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, e diretor do Presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte. Ele também já esteve à frente do Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase).
Além da experiência na área, segundo a colunista Berenice Seara, do jornal Extra, a nomeação de Azevedo teve apoio de um grupo de deputados estaduais e pode estar ligada às negociações do governador para formar uma base de apoio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O coronel é muito ligado ao deputado Marcos Muller (PHS), que tem base eleitoral na Baixada Fluminense, e é cotado para ser o primeiro-secretário da Casa numa possível eleição de André Ceciliano (PT). (A.N.)