Em meio a contestações da comunidade internacional e do próprio Parlamento, o presidente da Venezuela Nicolás Maduro tomou posse nesta quinta-feira para mais um mandato, com validade até 2025. O juramento à Constituição aconteceu no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) porque Maduro não reconhece a Assembleia Nacional do país, dominada pela oposição. Em discurso, Maduro prometeu combater a corrupção e fazer “uma revolução moral” no país.
As relações entre os governos brasileiro e venezuelano têm sido nulas. No entanto, a presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffman, viajou para participar da posse de Maduro.
Sucessor de Hugo Chávez (morto em 2013), Maduro chega ao segundo mandato em meio a uma forte crise econômica, com registros de hiperinflação e desabastecimento de alimentos e combustíveis, e humanitária no país. Grandes contingentes de venezuelanos têm seguido para os países vizinhos, fugindo do desemprego e da fome.
Maduro foi eleito em maio do ano passado, com 67% dos votos válidos, mas o pleito foi marcado por denúncias de fraude e por uma abstenção de 54%.
Além da pressão interna, Maduro encontra resistência da grande maioria dos países latinos. A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta quinta uma declaração conjunta na qual diz que não reconhece a legitimidade do novo mandato do presidente reeleito.
A declaração foi aprovada com 19 votos a favor, 6 contrários, 8 abstenções e 1 ausência. O Brasil votou favoravelmente à medida. Ao lado da Venezuela ficaram Bolívia e Nicarágua, entre outros países.
No começo do mês, o Grupo de Lima, formado por 14 países, inclusive o Brasil, aprovou manifestação semelhante, na qual recomenda Maduro transmita o poder para a Assembleia Nacional, que assumirá o compromisso de promover novas eleições.
Enquanto isso, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciou nesta quinta o rompimento das relações diplomáticas com a Venezuela. (A.N.)