O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou 34 mortos após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Minas Gerais. No segundo dia da tragédia, até o início da noite deste sábado (26) 299 pessoas continuavam desaparecidas. Vinte e três pessoas foram internadas em serviços de saúde de Belo Horizonte e de Brumadinho, sendo que duas delas já receberam altas. O acidente em Brumadinho ocorre três anos depois da tragédia em Mariana, também em Minas, que deixou 19 mortos.
O rompimento ocorreu no início da tarde de sexta-feira (25), na Mina Feijão. A Vale informou que uma barragem rompeu e fez outra transbordar, fazendo com que rejeitos atingissem a área administrativa da companhia, inclusive um refeitório, e parte da comunidade da Vila Ferteco. Segundo dados transmitidos pelo representante da Vale ao governador Romeu Zema, havia 427 pessoas no local, sendo que 279 resgatadas vivas. O acesso a Brumadinho pela rodovia BR 040 está bloqueado e há ao menos 81 desabrigados. O Governo do Estado decretou calamidade pública e luto de 3 dias.
A primeira vítima identificada é a médica Marcele Porto Cangussu , de 35 anos. O corpo foi reconhecido através das impressões digitais. Além dela, outros sete mortos foram identificados: Jonatas Lima Nascimento, Carlos Roberto Deusdeti, Leonardo Alves Diniz, Fabricio Henriques, Robson Máximo Gonçalves, Willian Jorge Felizardo Alves e Eliandro Batista de Passos.
Na manhã deste sábado, um ônibus foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros na região próxima à barragem rompida. Todos os que estavam no coletivo eram funcionários da empresa e morreram, segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros. “Como é um local de difícil acesso e precisamos de um maquinário especial para acessar essa estrutura e retirar essas vítimas, ainda não fechamos o número de óbitos. Mas esse número de óbitos, ele irá aumentar”, destacou ele.
As equipes de busca contam com 13 aeronaves: 5 do Corpo de Bombeiros de MG, 4 da Polícia Militar de MG, 2 da Polícia Civil de MG, 1 da FAB e 1 do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Além disso, os Bombeiros de São Paulo irão ajudar no trabalho. Quase 100 bombeiros foram enviados à área atingida, e a previsão é que o número de socorristas chegasse a 200.
Bolsonaro em Brumadinho - Após sobrevoar a região atingida pelos rejeitos de uma barragem da mineradora Vale, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai trabalhar para atender às vítimas, cobrar pelos danos causados e evitar novas tragédias. Os trabalhos de resgates devem durar semanas. Governo federal montou gabinete de crise e a Polícia Federal (PF) informou que abriu um inquérito para apurar crime ambiental e contra a vida.
O governo federal reconheceu o estado de calamidade pública em Brumadinho. Agência Nacional de Mineração determinou interdição e suspensão imediata das atividades do complexo Córrego do Feijão. (A.N.)
