Sete pessoas morreram e aproximadamente 150 seguem desaparecidas após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale do Rio Doce, no início da tarde desta sexta-feira (25), na cidade de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais (MG). A empresa diz que, dos 427 empregados que estavam no local, apenas 279 foram localizados. Foram retiradas 9 pessoas com vida da lama e cerca de 100 pessoas ilhadas foram resgatadas. Sete feridos foram encaminhados ao Hospital João XXIII. Esse é mais um caso de desastre ambiental que ameaça o estado. Em novembro de 2015, foi a vez da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, romper em Mariana.
O rompimento ocorreu no início da tarde, na Mina Feijão. Segundo o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, o vazamento do rejeito também fez outra barragem transbordar. Ele diz que a barragem que rompeu não era usada há três anos. Os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia, inclusive um refeitório, e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há informação sobre a causa do rompimento.
Moradores da parte mais baixa da cidade foram retirados das casas, segundo a Defesa Civil. A lama de rejeitos atingiu o rio Paraopeba, segundo o secretário do Meio Ambiente de Betim, Ednard Barbosa Almeida. A companhia de saneamento de MG informou que está suspensa a captação da água do rio Paraopeba. O abastecimento da população está sendo feito pelas represas do Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores e pela captação do Rio das Velhas.
Em pronunciamento nesta noite, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que acionou três ministros para que se deslocassem à região e criou um gabinete de crise. Bolsonaro ainda informou que vai, ao lado do governador de MG, sobrevoar a região neste sábado, para avaliar os estragos.
A mineradora divulgou uma nota sobre o rompimento: “As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragem”, informou a empresa. O comunicado não explica a causa do rompimento.
Em entrevista coletiva, o presidente da Vale, ao comparar com a tragédia de Mariana, há três anos, considerada o maior desastre ambiental do país, disse considerar que, desta vez, o número de vítimas deve ser maior. Na época, 19 pessoas morreram. "Dessa vez é uma tragédia humana. Porque estamos falando de uma quantidade grande de vítimas. Possivelmente, o dano ambiental é menor".
História que se repete - No dia 5 de novembro de 2015, a cidade de Mariana, foi o cenário principal do maior desastre ambiental da História do Brasil, de acordo com o Ibama. Por volta das 16h, a barragem de Fundão, da mineradora Samarco, se rompeu, provocando o vazamento de 62 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de minério, matando 19 pessoas (entre moradores e funcionários da empresa), destruindo centenas de imóveis e deixando milhares de pessoas desabrigadas.
O vazamento, considerado o maior de todos os tempos em volume de material despejado por barragens de rejeitos de mineração, provocou também a poluição do Rio Doce e danos ambientais que se estenderam aos estados do Espírito Santo e da Bahia. (V.A.) (A.N.)
