O médium João de Deus foi denunciado nesta terça-feira (15) por novos crimes de estupro de vulnerável e abuso sexual mediante fraude durante atendimentos espirituais realizados em Abadiânia. Além disso, o Ministério Público fez um novo pedido de prisão. O documento envolve crimes contra quatro mulheres de Goiás e uma de São Paulo. Ele segue preso no Núcleo de Custódia e nega os crimes.
Além das cinco vítimas, a denúncia conta com relatos de mais oito mulheres do Distrito Federal, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão e Rio Grande do Sul. No entanto, ele não foi denunciado por esses casos por terem prescrito. Porém, eles ajudam a embasar a denúncia. Os crimes ocorreram entre 1990 e 2017.
Em nota, o advogado Alberto Toron, que defende João de Deus, disse que "chega a ser medonho o que os membros do MP está fazendo no caso", pois não informam a defesa de nada e marcam interrogatório um dia antes, não dando o tempo necessário para que os advogados leiam todo o documento.
O defensor pontuou ainda que o proceso "é a antítese do que deve ser um processo no estado democrético de direito".
A denúncia foi protocolada no Fórum de Abadiânia às 11h30. O pedido de prisão contido nela é para proteger as vítimas nas fases de depoimento na Justiça, de acordo com o MP.
O órgão explicou ainda que uma das vítimas foi abusada quando tinha 8 anos. Outras três eram adolescentes. “Temos criança vitimada, adolescentes vitimadas e uma das vítimas que tem, na época contava com 47 anos. Quatro de estupros de vulneráveis foram praticados em atendimentos individuais e o de violação sexual mediante fraude em atendimento coletivo”, declarou a promotora Gabriella Clementino.
Outra denúncia envolve uma mulher que relatou ter sido abusada cerca de 20 vezes por João de Deus, entre 2009 e 2010. Ela registrou os crimes em um diário. Neste caso, como foram várias vezes, ele será denunciado por violação sexual mediante fraude com continuidade delitiva.
Três promotores de Justiça colheram depoimento do médium sobre esses crimes na tarde de segunda-feira (14), no Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital, onde está detido. Ele negou e disse que não se lembra das mulheres.