A Força Armada da Venezuela (Fanb), considerada o principal apoio de Nicolás Maduro, denunciou a autoproclamação do líder do Legislativo, Juan Guaidó, como presidente interino do país, como um "golpe de Estado" e afirmou que Maduro é o "presidente legítimo".
A declaração foi dada pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, ao lado da cúpula militar venezuelana. Padrino disse que os EUA e outros países travam uma guerra econômica contra a Venezuela.
Pelo Twitter, Padrino citou "interesses obscuros": "O desespero e a intolerância atentam contra a paz da Nação. Os soldados da Pátria não aceitam um presidente imposto à sombra de interesses obscuros, nem autoproclamado à margem da Lei. A Fanb defende nossa Constituição e é garantidora da soberania nacional", escreveu.
Guaidó, deputado de 35 anos que assumiu a presidência do Parlamento, se autoproclamou presidente interino da Venezuela nesta quarta-feira diante de uma multidão que foi às ruas de Caracas para exigir a saída do presidente Nicolás Maduro e a convocação de eleições.
Diversos países cujos governos condenam o regime de Nicolás Maduro reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Diante da situação, Maduro pediu "máxima disciplina" da Força Armada: "Força Armada Nacional Bolivariana a meu comando, máxima união, máxima disciplina, que esta vamos vencer", disse Maduro em discurso do balcão do Palácio Presidencial de Miraflores.
"Leais sempre, traidores nunca!" - gritou Maduro após pedir o apoio dos militares.
O Parlamento, cujas decisões são ignoradas desde 2016 pela justiça (alinhada ao chavismo), declarou há uma semana Maduro como "usurpador" da presidência.