Pesquisadores chineses e americanos constataram que a temperatura dos oceanos em 2018 foi a mais quente já registrada nos últimos 60 anos. O estudo, com base nos dados mais recentes do Instituto de Física Atmosférica, na China, foi publicado nesta quarta-feira (16) na revista científica "Advances in Atmospheric Sciences".
A conclusão está de acordo com a tendência de aquecimento dos oceanos registrada nos últimos cinco anos — que já eram os cinco mais quentes desde a década de 1950, dizem os cientistas. O aumento na temperatura oceânica acontece desde então e se acelerou a partir da década de 1990.
Além do Instituto de Física Atmosférica, ligado à Academia de Ciências da China, a pesquisa envolveu especialistas do Ministério de Recursos Naturais e da Universidade Hohai, também no país asiático, e do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica e da Universidade St. Thomas, nos Estados Unidos.
O aquecimento visto nos oceanos em 2018 resultou em um aumento médio de 1,4 mm no nível do mar ao redor do globo em comparação à média de nível registrada em 2017. Os padrões associados ao nível do mar atual devem continuar no futuro, segundo a pesquisa.
O aumento de calor no oceano também eleva as temperaturas e a umidade do ar — o que, por sua vez, intensifica as tempestades e as chuvas fortes. Em 2018, foram registradas várias tempestades tropicais no mundo, como os furacões Florence e Michael e os tufões Jebi, Maria, Mangkhut e Trami.
Entre outras consequências listadas pelos cientistas como decorrentes do aquecimento dos oceanos, estão a diminuição no nível de oxigênio presente neles, o branqueamento e a morte de corais e o derretimento de geleiras. Há também efeitos indiretos, como a intensidade de secas, ondas de calor, e risco de incêndios.
Fonte: G1