Caderno especial: 41 anos da Folha da Manhã
08/01/2019 10:50 - Atualizado em 10/01/2019 17:32
Aviões como mísseis
Seja sobre o que for, não há um padrão pré-estabelecido para que se defina escolhas, sendo, invariavelmente, de natureza abstrata e subjetiva.
Entretanto, é forçoso reconhecer que, por suas peculiaridades, não se encontra, no período de que trata este caderno, outra tragédia proveniente do horror terrorista que possa ser comparada ao ataque às torres gêmeas do Word Trade Center, em Nova York, no fatídico 11 de setembro de 2001, quando 110 andares foram reduzidos a entulhos.
E ainda que recuemos a tempos mais distantes, dificilmente encontraremos algo parecido. Naturalmente, não se leva em conta as guerras mundiais ou longos períodos de conflito entre países. Bem diferente, estamos a falar de um ato terrorista específico, isolado, com duração de apenas poucas horas.
Nesse contexto, nenhuma outra ação terrorista — verdadeira praga do século 21 — provocou impacto, repercussão, pânico ou assombro similar a aviões comerciais, repletos de passageiros, sendo lançados como mísseis contra as torres do WTC.
Cena de filme: por volta das 9 da manhã, o choque do segundo Boeing “entrando” na Torre Sul, seguido de grande explosão, sendo transmitido ao vivo pela televisão. As emissoras tinham acabado de chegar ao local para filmar o desenrolar da tragédia ocorrida 20 minutos antes, quando o primeiro Boeing havia colidido contra a Torre Norte.
Estavam ali para registrar um terrível desastre — inicialmente tratado como acidente – e foram surpreendidos pela 2ª colisão. As pessoas ligavam a TV e não entendiam o que viam. Não podiam acreditar. Pensava-se em ficção... pensava-se em qualquer coisa... até que compreenderam a realidade da catástrofe.
O 11 de Setembro
Ante a mais absoluta perplexidade, horas depois, soube-se tratar de ações terroristas coordenadas pela Al-Quaeda, em que além dos dois Boeing lançados contra o WTC, outros dois aviões também foram sequestrados para atingir pontos estratégicos dos Estados Unidos.
O terceiro avião, voo 77 da America Airlines, colidiu contra o Pentágono; e o quarto (voo 93 da United Airlines), que acredita-se tenha sido desviado para a capital Washington possivelmente para atingir o Capitólio ou a Casa Branca, foi retomado em ação heroica dos passageiros e caiu sobre uma área rural nas proximidades da Pensilvânia.
Aquela manhã que chocou o planeta ficou conhecida como ‘O 11 de Setembro’, — o dia em que o terrorista Osama bin Laden organizou atentados suicidas em série que atingiram o coração do país mais poderoso do mundo; a cidade mais famosa do mundo; e o centro financeiro mais importante do mundo — orgulho do povo americano — erguido na imponente Manhattan.
Não houve sobreviventes em nenhum dos quatro aviões, tendo sido contabilizadas aproximadamente 3 mil mortes — incluindo os sequestradores, passageiros, trabalhadores do Pentágono e pessoas que estava nas torres gêmeas e prédios vizinhos.
O número de feridos passou de 6 mil. A Torre Sul queimou por uma hora e a Torre Norte durante uma hora e 40 minutos. Não há um número oficial dos que sofreram danos, doenças debilitantes, provocadas pelos milhares de toneladas de detritos tóxicos, alguns cancerígenos, em virtude da densa poeira branca que atingiu, em particular, profissionais de emergência e de resgate.
A aviação comercial dos Estados Unidos, da Europa e de outros continentes nunca mais foi a mesma.
No dia seguinte, a tragédia foi registrada pelos principais jornais do mundo e a Folha da Manhã deu grande destaque de capa ao atentado que parou o planeta.

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