Homem é impedido de seguir viagem para MG por transportar cachorro
Verônica Nascimento e Catarine Barreto 29/01/2019 13:03 - Atualizado em 31/01/2019 15:01
Foto - Antônio Leudo
Um carpinteiro, que viajava de Cabo Frio com destino a Governador Valadares, em Minas Gerais, foi barrado, em Campos, nessa segunda-feira (28), no momento em que entrava em um ônibus da empresa 1001. Ele transportava um filhote de cachorro da raça beagle, chamado Nick, e relatou que o motorista do veículo teria proibido a entrada do animal. Adeir Coelho dos Santos, 31 anos, seguia para Minas para verificar a situação da família, após o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Nick possui um chip e sua documentação está em dia para viajar, como também a caixa de transporte do animal. Adeir contou que sua família, que morava na localidade de Santa Rita, em Governador Valadares, foi afetada pela tragédia registrada em Mariana, há três anos. Como consequência, o filho, que tinha um ano e sete meses à época, adquiriu problemas respiratórios causados pela poeira que se espalhou pela área. A casa de Adeir estava localizada a cinco metros do rio Doce. Apesar da distância entre Governador Valadares e Brumadinho, ele teme os próximos dias.
— De Brumadinho para lá, é longe, mas tem um braço do rio, e a lama deve chegar lá de novo. Está próxima. Da outra vez, indenizaram alguns, mas a maioria não recebeu. Eu, como não tinha registro, mas trabalhava na pesca, não recebi nenhuma ajuda. O mundo está acabando com a nossa destruição, a destruição que nós mesmos cometemos.
O fato foi registrado como atípico na 134ª Delegacia de Polícia (Centro), mas Adeir disse que, pelo ocorrido, queria um documento para evitar novo constrangimento. “Nick é um cão doce, manso, quieto. Não incomodou ninguém. Não podia deixar ele viajar, com esse calor, no bagageiro, porque ia morrer”, concluiu.
Em nota, a Auto Viação 1001 informou que, "no momento do embarque, o cão, apesar de acomodado na caixa de transporte, estava agitado, o que gerou reclamações de três passageiros. Dessa forma, para garantir a segurança e a tranquilidade de todos durante a viagem, a empresa impediu o embarque naquele momento, mas disponibilizou um outro horário ao passageiro que, dessa vez, embarcou normalmente com o animal mais calmo e sem nenhuma intercorrência".

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