A bibliotecária Cláudia Arenari, de 62 anos, morreu na tarde desta sexta-feira (25), na Santa Casa de Misericórdia, em São João da Barra. Claudinha, como era carinhosamente conhecida, veraneava em Atafona e passou mal no último domingo com quadro de vômito. Após passar a semana sem melhorar, deu entrada na unidade hospitalar nesta madrugada, onde foi diagnosticada com insuficiência renal, anemia profunda e queda de pressão. A possibilidade de uma transferência para o Hospital Dr. Beda, em Campos, foi tentada, mas como havia risco na remoção, não foi efetuada. Ela não resistiu e veio a óbito. O corpo de Cláudia está sendo velado no cemitério Campo da Paz desde a noite desta sexta e será cremado neste sábado (26). Até o fechamento desta matéria, a família ainda não havia decidido o local da cremação. Cláudia deixa os dois filhos, Bernardo e Bárbara, e o neto Noah.
Cláudia atuou por muitos anos como bibliotecária da Biblioteca Municipal Nilo Peçanha, onde aposentou-se. Nos anos de 1970, também foi bailarina em Campos. Ela foi casada com do professor de história Arthur Soffiati, o Tata, com quem teve seus dois filhos. A notícia chegou a ser divulgada no blog Opiniões, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa.
Amiga de longa data, Dorinha Viana, lamentou a morte de Claudia e destacou o seu bom coração. “Estou abaladíssima, estou no Sul, muito nervosa. Cláudia era uma pessoa com coração incrível, era amiga das amigas, disponível, sempre pronta a ajudar, sempre à frente do seu tempo. Uma pessoa com astral sempre para cima, inteligente, a primeira bibliotecária de Campos. Uma pessoa que lançava moda, sempre na vanguarda. Lutou muito pela nossa liberdade, liberdade de nós sermos como quisermos ser, nós mulheres. Uma mulher incrível”, disse.
O ex-cunhado Aristides Soffiati afirmou que mesmo o afastamento natural de Claudia, não afetou o carinho e o respeito entre eles: “Ela me chamava de amado cunhado. A última vez que a vi foi na Bienal, onde conheci o neto dela. Conversávamos muito, era uma pessoa muito boa”.
A professora e empresária, Silvana Siqueira, destacou a intensidade em que Claudinha vivia. “Eu a chamava ‘Claudíssima’, assim no superlativo, indicando a intensidade da qualidade de ser que ela era. Intensa no viver, intensa nas emoções, na entrega, na amizade. ‘Somos muito felizes, Claudíssima’ eu sempre dizia e ela me respondia com um intenso ‘te amo, Sil’”, relatou.
O bom humor e a fidelidade aos amigos foram lembrados como atributos de Claudinha pela professora, poeta e atriz Adriana Medeiros. “Não saberei precisar os tempos de minha caminhada aqui nessas paragens com a amizade de Cláudia. Dela guardo o bom humor, a fidelidade aos amigos, o bom gosto musical, a paixão por séries e a cumplicidade com os livros. Nossas conversas eram sempre bordadas de esperança. Ela queria mais que esses sessenta e poucos anos. Ela queria vida! Agora tem a eterna. Que eu consiga cultuar a tolerância e paciência que ela aprendeu a ter. Que ela esteja em paz”, disse.
Muito emocionado, o amigo Luiz Henrique Guimarães resumiu a sua amizade com Claudinha em uma frase: “Claudinha era minha irmã de alma”. Também emocionado, o irmão Julio Arenari disse não ter condições para relatar tudo o que sente.
A presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Cristina Lima, também prestou sua homenagem em rede social. “O silêncio se impõe e a gente fica estatelada! Cláudia nos passou uma rasteira. Foi embora da forma surpreendente e, ao mesmo tempo, majestosa com que sempre marcou sua presença”, destacou.
O deputado estadual Geraldo Pudim também manifestou seu pesar: “Claudinha Arenari era uma grande profissional, mãe, uma pessoa doce, que ao chegar iluminava todos. Nossas famílias têm uma grande ligação, seu irmão é padrinho de minha filha mais velha. Hoje o dia fica mais triste e agora Claudinha irá bailar em outros palcos”, lamentou.