Catarine Barreto e Verônica Nascimento
25/01/2019 09:45 - Atualizado em 28/01/2019 13:54
A 1ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público, em parceria com o 8º Batalhão de Polícia Militar, realizou, na manhã desta sexta-feira (25), a Operação Libertação, de combate a uma facção do tráfico de drogas do Parque Presidente Vargas, que tem assustado moradores do local conhecido como Cantinho do Beiço, em uma área entre a rua Antônio de Castro Mota, perto de um matadouro, e as avenidas Carmem Carneiro e Zuza Mota. No bairro, o conflito principal seria entre traficantes de uma mesma facção. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e um de prisão contra o homem que seria chefe do tráfico do local. Outros três homens foram presos em flagrante.
Segundo os policiais militares e o Grupo de Apoio à Promotoria (Gap), o suposto chefe da área foi preso por tráfico e associação para o tráfico de drogas. Nas buscas, foram apreendidas armas e munições (um revólver calibre 38 e seis munições, uma pistola 9 mm e 65 munições), quatro carregadores, dois rádios de comunicação, 14 aparelhos celulares, uma capa de colete e uma touca ninja, além de uma caixa de som usada para realização de bailes funk, inclusive com anúncio de venda de drogas. Na ação, a polícia identificou 16 casas abandonadas: 10 na rua Amorita Morales e seis na Pedro Barroso. As residências, que seriam usadas pelo tráfico, são de moradores que foram expulsos ou fugiram do local por causa dos confrontos.
Na operação, a polícia também fez a retirada de barricadas no Catinhod0o Beiço. Em muros, além da marca da facção, a frase “Saudades de Lula” chamava a atenção. Lula seria o jovem de 21 anos, identificado como Raphael Sérgio Ribeiro da Conceição Silva, morto a tiros no dia 19 de dezembro, após abrir fogo contra um perito e agentes da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Seap), próximo ao presídio Carlos Tinoco da Fonseca. Um muro, que teria sido construído por traficantes para fechar o cruzamento da Travessa Carmem Carneiro com a avenida Pedro Barroso, também foi demolido. A superintendência de Limpeza Pública recolheu os entulhos.
Libertação — De acordo com o MP, foram 10 dias de investigação e a operação Libertação foi motivada por denúncias de moradores de diferentes pontos do Parque Presidente Vargas, assustados com a guerra por disputa pelo comando de pontos de venda de entorpecentes e invasões a casas. A operação contou com 59 policiais militares e 18 viaturas. O material apreendido e os quatro presos foram encaminhados para a 146ª Delegacia de Polícia (Guarus).