Nolita condenado a mais de 22 anos de prisão por crime de tortura e corrupção de menor
Camilla Silva 21/01/2019 15:05 - Atualizado em 22/01/2019 16:12
Nolita foi preso em março do ano passado
Nolita foi preso em março do ano passado / Folha da Manhã
O suposto chefe do tráfico da comunidade Santa Rosa, Francio da Conceição Batista, conhecido como Nolita, foi condenado a 22 anos e 8 meses de prisão pelo crime de tortura e corrupção de menor. Ele está preso desde março do ano passado. Segundo decisão do juiz em exercício da 2ª Vara Criminal de Campos, Leonardo Cajueiro d'Azevedo, Nolita comandou, no dia 28 de fevereiro de 2018, o crime por telefone celular, diretamente da casa dele, onde cumpria pena em regime de prisão domiciliar. Jhony Cândido Barreto, também foi condenado a 20 anos de reclusão pelas mesmas práticas. A vítima, uma adolescente de 17 anos, foi fotografada nua, teve o cabelo raspado e o cano de um revólver apontado para sua boca e órgãos genitais. Além de Francio e Jhony, outros quatro homens também foram considerados culpados.
No interrogatório, realizado em setembro, a Polícia Militar contou que, na manhã do crime, recebeu a informação de que uma menor havia sido abordada por dois homens em frente ao Ciep do Santa Rosa, onde estudava, e levada até o conjunto habitacional conhecido como “Casinhas do Nolita”. No local, os policiais militares encontraram a vítima chorando, com hematomas pelo corpo e a cabeça raspada. Descreveram, ainda, que ela trajava apenas uma blusa.
Segundo os militares, a vítima teria apontado cada um dos acusados e relatado o fato somente quando foi conduzida para casa e na presença da mãe. Na ocasião, ela contou que foi agredida a pauladas e abusada, tendo uma arma introduzida na parte íntima. Disse, também, que enquanto era torturada, um dos agressores fez uma ligação para Nolita (chefe do tráfico local) e pelo comando viva-voz ouviu ele dizer que o grupo poderia estuprá-la e depois matá-la.
De acordo com a denúncia, o motivo do crime teria sido a guerra entre facções, pois a vítima seria namorada de um jovem que seria de uma facção rival a dos acusados. No dia do crime, em 28 de fevereiro de 2018, a adolescente, moradora no Suvaco da Cobra, onde o tráfico de drogas é ligado à facção Terceiro Comando Puro (TCP), foi sequestrada por integrantes da facção Amigos dos Amigos (ADA).
Outros - De acordo com o processo, um dos acusados, Jhony, atuava no no Ciep Santa Rosa, decidindo quem poderia estudar lá ou não, a mando da facção criminosa. Além deles, foram condenados a 12 anos de prisão em regime fechado Diego Alves da lva, Fabiano da Silva dos Santos, Romário Soares Armando e Paulo Victor Fernandes.
Prisão - Nolita foi preso na Operação Caixa de Pandora, no dia 8 de março de 2018. De acordo com o então titular da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), Luís Maurício Armond, além de ser apontado como o mandante no caso de tortura a uma adolescente, Nolita possui 55 registros de ocorrência só nas delegacias locais.
Em agosto de 2018, após sete horas de julgamento, Nolita também foi condenado a 10 anos e 8 meses de reclusão sob regime fechado pela morte de Wanderson dos Santos Ribeiro, ocorrida em 12 de outubro (Dia das Crianças) de 2009. Na ocasião, a mulher de Wanderson foi baleada de raspão, mas Nolita foi inocentado da tentativa de homicídio contra Monserrath Marcelino, devido a ausência de materialidade. A Audiência foi presidida pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Campos, Bruno Rodrigues Pinto.
 
 

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