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Em sua primeira visita oficial a Campos após ser empossado, o governador Wilson Witzel (PSC) realizou a primeira entrega de obra em sua gestão e reafirmou que não irá se esquecer das regiões afastadas da capital. Na tarde de ontem, Witzel participou da inauguração da nova sede do Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad), unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) que atenderá jovens que cumprem medida socioeducativa de semiliberdade, no município. Witzel ficou tão feliz ao ver seu nome como governador em uma placa, que chegou a esboçar uma reação semelhante a de uma criança quando ganha um brinquedo novo. Ao lado de secretários estaduais, prefeitos da região e representantes do Judiciário e Segurança Pública, o governador também falou sobre a obra da ponte da Integração, redução da criminalidade, estrutura da educação e recuperação financeira do Estado.

— Fui juiz em Itaperuna, passei por Campos várias vezes como juiz substituto, como defensor público e ver o nosso Estado sofrendo, sendo dilapidado por gente que não presta, por gente que não tem respeito ao voto que recebeu, me dava uma agonia muito grande. Tenho certeza que faremos muito ainda pela região de Campos, porque eu tenho um olhar especial para o interior. Sou nascido no interior do estado de São Paulo e sei da importância de se prestigiar o interior. E os senhores e senhoras certamente não serão abandonados. Estaremos sempre aqui acolhendo as demandas, na medida do possível, para que a gente possa trazer investimentos para a região — afirmou Witzel ao acrescentar a importância de “trazer de volta as empresas de petróleo para os campos maduros e, com isso, também trazer de volta o emprego”.

A nova unidade funcionará em um terreno doado pela Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), ao lado do Colégio Estadual José do Patrocínio (Cejopa), e terá capacidade para atender 60 adolescentes. A juíza Daniela Binato, idealizadora do novo espaço, destacou que o Criaad é a unidade mais moderna instalada no estado do Rio. “O que estamos vendo é o resultado de uma longa batalha. Tiramos leite de pedra para conseguirmos instalar uma unidade com o que há de mais moderno em termo de medidas socioeducativas. Essa obra é o legado que ficar para Campos, que passa a ser referência em medida socioeducativa”, comentou.

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Em seu discurso, o diretor do Degase, André Monteiro, ressaltou um novo tempo para o Estado. “Este é um momento muito importante para a sociedade. Estamos vivendo um novo tempo, renovando esperanças para dias melhores. Vamos sonhar juntos para levar aos jovens que estiverem aqui uma nova visão de vida para que eles possam estar inseridos na sociedade”, comentou.

O prefeito de Campos, Rafael Diniz (PPS), também falou sobre a importância da união. “Independente de diferenças partidárias, temos um compromisso só, que é trabalhar pelo bem-estar da população. O Criaad passa a ofertar dignidade para os jovens, que muitas vezes estão começando sua vida e precisam de amparos. Nós temos que acreditar na transformação do Estado”, disse.

A instalação do Criaad ao lado do Cejopa chegou a ser alvo de críticas e manifestações por parte dos alunos e professores da unidade escolar. Nesta terça, o secretário de Estado de Educação, Pedro Fernandes, explicou que houve um entendimento em relação à questão, mas que a pasta ficará atenta. “Sobre essa questão de pessoas contrárias a instalação do Criaad neste espaço, houve um entendimento com a secretaria de Educação na gestão passada, mas ficaremos atentos. Só não podemos esquecer a importância da ressocialização dos jovens, que é uma bandeira defendida pelo governador Wilson Witzel”, comentou.

Outra obra do governo estadual que remete ao desenvolvimento do interior é a ponte da Integração, que irá ligar São João da Barra a São Francisco de Itabapoana. Atualmente, a construção está oficialmente paralisada. No entanto, a empresa responsável pela obra segue com alguns ajustes de segurança, enquanto aguarda a liberação de uma verba de R$ 6 milhões para prosseguimento.

Sobre essa questão, o governador Wilson Witzel disse que é necessário vontade política. “O custo para terminar a ponte é algo em torno de R$ 30 milhões. Não é um custo elevado, mas é preciso vontade política para fazer. Estou com o secretário de Obras estudando possibilidades. Nós vamos terminar agora em Nova Iguaçu dois viadutos, que são valores muito menores do que esse. E essa ponte da Integração, ela está na minha mesa de trabalho para que a gente possa sentar com o secretário e prover recursos para concluir essa obra, que certamente vai trazer um retorno econômico e um conforto para os passageiros”, disse durante a inauguração do Criaad.

A prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PP), que também estava na cerimônia, disse que acredita que a obra não pare por completo. “O governador mencionou a obra da ponte e acredito que ela não irá ficar sem terminar, até porque são mais de 30 anos de espera por essa estrutura que só trará desenvolvimento para toda região”, comentou.

A prefeita de São Francisco de Itabapoana, Francimara Barbosa Lemos (PSB), também esteve presente na inauguração do Criaad.

Witzel também destacou suas pretensões em relação à segurança do Estado. Ao cumprimentar o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Fabiano Santos, o governador ressaltou a importância do papel da Polícia Militar no combate à criminalidade. “O trabalho da Polícia Militar às vezes é mal compreendido. A nossa Polícia Militar tem oficiais e praças de alto nível de preparação e tem prestado serviço excepcional ao Estado. É preciso ter um comando que entenda o trabalho da Polícia Militar tanto que nós fizemos com que a secretaria de Polícia Militar fosse uma realidade. Eles, os policiais, são nosso anteparo e estão aí dispostos a morrer por nós. Nossa Polícia Militar não é a polícia que mata e sim é a que defende a nossa liberdade. É o nosso anteparo contra o crime organizado”, afirmou.

Em relação à Polícia Civil, Witzel disse que irá apresentar uma nova proposta para estruturação da corporação: “Nós vamos apresentar uma nova proposta de estruturação para Polícia Civil no Estado. Estamos ainda preparando esse modelo, que está em estudos preliminares. Não vou adiantar nada porque ainda pretendo conversar mais com os policiais civis, mas essa realidade deles vai mudar. Será uma mudança de conceito”.