Das causas que abraçou, das campanhas que promoveu e das bandeiras que ergueu, a Folha da Manhã guarda com especial orgulho as incontáveis matérias que publicou, reivindicando e pressionando para que em Campos fosse implantada uma universidade pública.
Lançando-se com todas as forças de suas tintas, o jornal não mediu esforços para pôr em prática as mais variadas ações no sentido de ver realizado antigo sonho da sociedade campista – objeto de intensas batalhas junto a políticos e órgãos públicos – para que a Universidade Estadual do Norte Fluminense se tornasse realidade.
Quer neste caderno, quer, principalmente, na produção jornalística diária que hoje completa 41 anos ininterruptos, a Folha cumpre seu papel institucional de informar com imparcialidade e opinar no interesse público sem, contudo, buscar para si os louros desta ou daquela campanha vitoriosa. Desempenha a função que lhe é de ofício e, sem demora, volta-se para o próximo desafio.
No caso da UENF, contudo, se permite breve exceção por saber que contribuiu para uma realização ímpar e de valor inestimável, posto que num País que pouco faz em favor da Educação, a criação da Universidade Estadual do Norte Fluminense significou passo gigantesco no campo do ensino, da cultura, da pesquisa, da ciência e da expansão do conhecimento em termos amplos.
Do empenho obstinado da sociedade campista veio a promessa do saudoso Leonel Brizola – um dos políticos mais importantes da história do Brasil –, então candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, comprometendo-se durante a campanha, em comício realizado em Campos, que, se eleito, implantaria no município a UENF.
Vencendo a disputa para o Palácio Guanabara, Brizola honrou a promessa e entregou ao educador, antropólogo e escritor Darcy Ribeiro – também de saudosa memória e grande expoente no segmento de universidades – a tarefa de montar o projeto, coordenar e efetivamente criar a ‘nossa’ universidade.
O então senador de 70 anos, que já havia implantado a Universidade de Brasília, pôs-se com espantosa determinação a dar forma a seu melhor trabalho, a UENF, por ele mesmo definida como “A Universidade do Terceiro Milênio”.
Assim, há 25 anos, em agosto de 1993, nascia oficialmente a Universidade Estadual do Norte Fluminense, sendo o município de Campos contemplado com uma de suas mais relevantes aspirações e de notável alcance.
Mais tarde, via Lei completar que concedia à Universidade autonomia administrativa, passaria a se chamar Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, numa justa homenagem a seu mentor.
Vale destacar, ainda, que o conjunto arquitetônico da universidade trouxe para Campos os traços de Oscar Niemeyer, como facilmente se identifica no prédio do Centro de Convenções.
Nessas duas décadas e meia, a Folha tem acompanhado e liderado campanhas que visam melhorias e novos avanços para a UENF. Contudo, a exemplo de qualquer um dos temas abordados neste suplemento, aprofundá-los ocuparia um caderno inteiro.
Vale ressaltar, todavia, que foi a partir da UENF que Campos se projetou como polo de ensino, tendo em vista o aumento no número de faculdades e de cursos disponibilizados.
Em outra frente, a UENF alavancou vários setores da economia local, em particular o da construção civil, com inúmeros prédios residenciais sendo erguidos em suas proximidades, bem como os segmentos de alimentação, transportes e o comércio em geral.