Victor Azevedo
01/01/2019 20:08 - Atualizado em 02/01/2019 15:25
Com o início da alta temporada, é preciso redobrar os cuidados para eliminar os focos do Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Outra preocupação é em relação às casas fechadas em Campos, já que muitas pessoas saem da cidade para passar férias nas praias da região, deixando as residências fechadas por tempo indeterminado. Vale lembrar que o município decretou epidemia de chikungunya no mês de junho e desde então a Prefeitura iniciou uma série de medidas para evitar maiores problemas com as doenças transmitidas pelo mosquito.
Segundo o diretor do Centro Controle de Zoonoses (CCZ) de Campos, Marcelos Sales, a população precisa ter cuidado redobrado de forma permanente para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, evitando maior número de casos de doenças.
— As chuvas e o calor formam um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, por isso, é necessário manter a conscientização e os cuidados, eliminando focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya — esclarece Marcelo, lembrando sobre a importância da campanha “10 Minutos Contra o Aedes”, onde cada pessoa destina 10 minutos, por semana, para fazer uma vistoria no imóvel, incluindo a área externa.
Marcelo destaca ainda que os mutirões realizados pelo CCZ reduziram os números do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa). “A redução do LIRAa mostra que a intensificação das ações, pelo CCZ, por meio dos mutirões e a contribuição da população no combate ao Aedes aegypti têm tido bons resultados. Precisamos que todos continuem fazendo a sua parte, separando os 10 minutos por semana para revistar seus quintais, vasos de plantas e lavar os recipientes de águas de animais. Nos últimos meses, realizamos 43 grandes mutirões e é fundamental que a população continue recebendo os agentes em suas casas”, ressaltou Sales, lembrando que o maior número de focos encontra-se nas residências (varandas e quintais).
Quem vai viajar e deixar a casa fechada por tempo indeterminado deve fechar as tampas de vasos sanitários e de ralos pouco usados, como os de áreas de serviço e de lazer, que tenham a possibilidade de acumular água, fechar os ralos dos banheiros e também, antes de viajar, tirar a água dos vasos de plantas e guardar a vasilha de água e de comida dos animais de estimação.
A professora Rita de Cássia Lopes, 54 anos, passa o verão na praia de Atafona, em São João da Barra. Porém, ao sair de casa faz o trabalho de prevenção para evitar proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. “Coloca areia em todos os vasos de plantas, não deixo nada que acumula água no quintal. De 15 em 15 dias venho aqui para conferir como estão as coisas e mais uma vez faço uma nova conferência no quintal”, disse.
Ações estão intensificadas na praia do Farol - A Prefeitura de Campos intensificou as ações na praia de Farol de São Thomé com a chegada da alta temporada. Foram realizadas ações de limpeza na praia, dentro do projeto Alô Farol 2019. Equipes da superintendência de Limpeza Pública, secretaria de Desenvolvimento Ambiental e da concessionária Vital Engenharia, juntamente com equipes do CCZ, realizaram mutirões em diversas ruas do balneário.
O superintendente de Limpeza Pública e secretário de Desenvolvimento Ambiental, Leonardo Barreto, ressalta que, além do ordenamento na praia, o objetivo é reduzir a incidência de insetos, em especial mosquito, comuns nesta época do ano.
— Notamos uma diferença extremamente considerável da incidência de mosquito e entulho nas ruas em relação ao ano passado. Foram semanas de manutenção de limpeza após a limpeza geral. Esperamos zerar todos os problemas provenientes de entulho que houver em Farol e conscientizar a população sobre o descarte de resíduos. Estamos preparando uma área adequada para este tipo de descarte naquela região — disse Leonardo.
A Prefeitura também está realizando concurso público para o preenchimento efetivo do cargo de agentes de combates às endemias e o processo será concluído no próximo ano. Para garantir à população o serviço de combate a roedores e outros vetores de doenças, o prefeito Rafael Diniz (PPS) enviou à Câmara Projeto de Lei para prorrogar os contratos temporários do processo seletivo do CCZ de 2015. “Entendemos a importância do trabalho realizado pelo CCZ em especial no combate ao Aedes aegypti — vetor de doenças como dengue, zika, febre amarela e chikungunya — e não podemos deixar a população desassistida. É um trabalho ligado diretamente à área de saúde e que não podemos deixar parado”, ressaltou Diniz.
Último LIRAa realizado em outubro - O mais recente LIRAa, divulgado em outubro, por meio da Vigilância em Saúde da secretaria municipal de Saúde, apontou que o índice caiu para 2,6. Essa foi a segunda redução do levantamento desde a epidemia enfrentada pelo município em maio, quando o LIRAa registrado foi de 6,1. Em agosto, o número já tinha reduzido para 3,7.
Apesar da redução contínua, a Vigilância em Saúde ressalta que a população deve continuar com as medidas de prevenção nas residências. Em 2018, até dia 28 de dezembro, foram registrados em Campos 7.360 casos de chikungunya, 141 casos de dengue e um de zika. Para o diretor do CCZ, Marcelo Sales, a queda no índice é resultado das ações preventivas que vêm sendo realizadas no município entre o CCZ, a superintendência de Limpeza Pública, secretaria de Desenvolvimento Ambiental e a conscientização da população.
— Desde o anúncio da epidemia no município, a Vigilância em Saúde acionou os representantes do Comitê de Arboviroses para traçar estratégias urgentes de combate ao mosquito. Foram realizados mutirões integrados, limpeza de terrenos baldios, aumento do número de testes laboratoriais na rede para atender mais rapidamente a população e a descentralização no atendimento primário aos pacientes também nas unidades básicas de saúde e hospitais. O Centro de Referência de Doenças Infecciosas (CRDI) também funcionou aos sábados, para atender a grande demanda.