Paulo Renato do Porto
05/01/2019 15:37 - Atualizado em 10/01/2019 15:42
Tornou-se lugar comum dizer que Campos é um celeiro de talentos no futebol. O meia Gabriel Ramos é um dos que contribui para reforçar a afirmação. Depois de começar nas divisões de base do Goytacaz e Americano, passar por Bahia, Flamengo e Cuiabá, o jogador se encontra no Leste Europeu e acaba de se tornar campeão nacional na Geórgia, pelo Dínamo, de Batumi, uma das mais importantes cidades do País. E não pensa em voltar tão cedo.
— Sei que o futebol da Geórgia não tem maior projeção internacional, mas vou ficar mesmo por lá este ano, de olho numa transferência para um clube europeu, onde haja maior visibilidade — admitiu o meia, de 22 anos, filho de Souza, ex-jogador de Americano e Goytacaz, entre outros clubes, hoje técnico de futebol.
Gabriel contabiliza algumas proezas em terras brasileiras. No Bahia, chegou à Seleção Brasileira sub-15, onde deixou no banco ninguém menos do que o xará Gabriel Barbosa, o festejado Gabigol, hoje na Inter de Milão, pretendido por vários clubes.
No Flamengo, colecionou títulos em breve tempo: campeão do Torneio OPG (Otávio Pinto Guimarães), da Taça Rio e Torneio dos Clássicos. No Cuiabá, se profissionalizou e não deixou por menos em sua saga de jovem vencedor: foi campeão mato-grossense em 2017.
O Dínamo subiu este ano da Série B para a A. Gabriel teve importância fundamental, com gols decisivos no acesso. Num deles, percebeu o goleiro adiantado e marcou com um chute bem colocado. A bola morreu no ângulo esquerdo da baliza, pelo alto. Belo gol. Na última partida da decisão, penetrou em velocidade, livrou-se de dois marcadores e chutou para as redes, aumentando sua artilharia.
— Sou um meia ofensivo, que chuta bem para o gol, mas também gosto de servir os companheiros que jogam mais à frente. Sei marcar também. Jogador que não marca não consegue jogar lá no futebol europeu – disse ainda.
De férias em Campos, Gabriel viaja nesta terça-feira para a reapresentação ao Dínamo, que fará logo uma pré-temporada na Turquia. Desta vez, leva a mãe Lúcia na “bagagem”.
— Vou ficar por lá uns oito meses. Como mãe ficava com o coração nas mãos, mas sabendo que lá no país onde ele joga os índices de violência são baixíssimos, quase não existem, fiquei mais tranquila — disse Lúcia.
— Lá você anda a qualquer hora do dia, à noite ou pela madrugada falando ao celular, sem ser importunado. Se anda tranquilamente pelas ruas a qualquer momento — finalizou Gabriel.