Inovação para sair da crise, garantindo o dinheiro no final do dia e de forma bem criativa. É o que dois amigos estão fazendo para driblar o desemprego. Wagner Andrade e Wanderson da Conceição Pereira, de 29 e 26 anos, estão desempregados e tiveram a ideia de se vestirem de garçom para vender água nos sinais de trânsito, mesmo com uma temperatura em torno de 35° em Campos. Eles estão há duas semanas no sinal da avenida 28 de Março, em frente a Cidade da Criança, fazendo sucesso entre os motoristas.

Os dois amigos conseguiram autorização do Departamento de Postura da Prefeitura de Campos para trabalhar, além de patrocínio de uma empresa do município que gostou da inciativa e vai ceder para eles um sombreiro, mesa, uniforme e isopor para conservar a água bem gelada. O empreendedorismo surgiu através de uma pesquisa na internet e também pela falta de emprego, segundo o Wagner, casado e pai de três filhos. Ele tem duas profissões: vigilante e garçom. No entanto, está desempregado há três anos.

— Não é fácil enfrentar esse calor com essa roupa de manga comprida, mas muito pior é chegar à sua casa e não ter o que dar de comer para os filhos. Estamos muito satisfeitos com o apoio recebido, não só pelas redes sociais, mas de forma presencial aqui no ponto de venda. Graças a Deus estamos conseguindo uma boa renda e chamar a atenção de empresas que querem nos patrocinar — disse ele.

A dupla vende por dia aproximadamente 185 garrafas de água, um faturamento em torno de R$ 370. Wanderson da Conceição está desempregado há cinco meses. Ele perdeu o emprego após a safra da cana-de-açúcar, que terminou em agosto do ano passado, e relata que não é fácil enfrentar os dias de intenso calor e com um sorriso no rosto.

— O calor está muito grande, mas estou muito satisfeito. O melhor é que a freguesia também gosta de ser bem atendida desta forma — ressaltou.

Os motoristas que passam pelo local compram e incentivam o trabalho dos dois amigos.

— Acho muito legal o que eles estão fazendo. Eles encontraram um jeito criativo de driblar o desemprego, atendendo a gente com muito respeito e, o melhor, com um sorriso no rosto, apesar do sol forte — disse a motorista Carla Nascimento.