Filme de Ernst Lubitsch inicia era dos musicais
Celso Cordeiro Filho 31/01/2019 18:41 - Atualizado em 04/02/2019 16:04
Foto - Isaias Fernandes
Ao apresentar o filme “Alvorada do amor”, do cineasta alemão Ernst Lubitsch, quarta-feira (30), no Cineclube Goitacá, o professor e crítico de cinema Aristides Soffiati destacou a sua importância histórica lembrando que se trata do primeiro musical do cinema. “O filme feito em 1929 inaugura a era dos musicais e marca a transição do teatro para o cinema. Este filme, por exemplo, é baseado numa peça, que, naturalmente, foi alterada para atender a linguagem cinematográfica”, salientou.
Antes, em 1927, houve “O cantor de jazz” que registrava o som das canções. No entanto, não se tratava de um musical, uma vez que havia apenas o registro das músicas cantadas, sem um enredo em torno delas. “O gênero musical, que marcaria a presença dos Estados Unidos no mundo, se deu com ‘Alvorada do amor’, de Lubitsch. Aliás, ele deixou a Alemanha e foi para os Estados, pois sabia que lá teria condições de realizar seus filmes mais ambiciosos. Aquele musical clássico – diálogos substituídos por canções – teria início com Lubitsch. Como se vê, é um marco na história do cinema”, acrescentou.
Após a exibição, durante um bate papo com o apresentador, o advogado e publicitário Gustavo Oviedo observou que a qualidade técnica é digna de registro levando-se em consideração a época em que foi realizado. “O som é bom, as coreografias são perfeitas, enfim, um filme bem realizado. Lubitsch mostra extrema competência no desenvolvimento das imagens. Usa, muitas vezes, para sublinhar a fala do atores”, disse. Por sua vez, o pesquisador cultural Marcelo Sampaio assegura que Lubitsch é “dono de um estilo irônico. Essa ironia está presente em vários momentos do filme”.

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